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      São Paulo, quinta-feira, 24 de julho de 2003
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REDAÇÃO DO LEITOR

Falta de foco compromete unidade do texto

THAÍS NICOLETI DE CAMARGO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Embora responda ao tema proposto, o texto parece um tanto desfocado. O parágrafo inicial é muito genérico e a conclusão, da qual foi extraído o título, é bem mais ampla do que o problema discutido, o que provoca certa incoerência estrutural. Fica a impressão de que o tema a ser debatido era a manipulação ou a falta de personalidade dos jovens, não a distribuição de preservativos a adolescentes de 14 anos.
O tom genérico do parágrafo introdutório dificultou ao redator a entrada no tema propriamente dito. O segundo parágrafo não tem ligação com o anterior -faltou coesão.
Também faltou posicionar-se com clareza diante do tema. Aparentemente, o autor do texto é favorável à distribuição dos preservativos nas escolas, mas acredita que essa medida só será eficaz se for acompanhada de um programa educativo capaz de, em conjunto com a família, orientar os jovens no início de sua vida sexual.
O emprego do vocabulário deixou um pouco a desejar. É problemático dizer que a cultura é algo "oferecido" aos jovens. Todos somos produtores (e produto) dela. A palavra "utopia" parece pouco adequada ao contexto, pois induz à idéia de que a prática do sexo é necessariamente um problema e dá a entender que o ideal seria que os jovens renunciassem a ela. O que está em questão é uma possível indução à iniciação precoce, ou seja, antes do amadurecimento emocional, não a prática do sexo em si.


Thaís Nicoleti de Camargo é consultora de língua portuguesa da Folha. E-mail:tnicoleti@folhasp.com.br


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