São Paulo, terça-feira, 24 de novembro de 2009
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FEDERAIS DO RIO

UFRJ registra recorde de inscrições

Neste ano, são 73.848 candidatos, 42,41% mais que no ano passado, quando houve 51.855 inscritos

DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) tem, neste ano, 21.993 motivos a mais para se preocupar. Esse é o número exato de inscritos a mais que a federal do Rio recebeu para o vestibular 2010, o que representa um aumento de 42,41% em comparação com 2009.
Mas por que tantos candidatos a mais? "Inscrições gratuitas", responde, sem pestanejar, Luiz Otavio Langlois, coordenador do vestibular da UFRJ.
Neste ano, a federal do Rio decidiu adotar o Enem como primeira fase e chamar todos os candidatos a fazer a segunda fase, nos dias 9 e 10 de janeiro. Como nem todos terão a prova corrigida -apenas quatro vezes o número de vagas oferecidas em cada curso-, a universidade achou que não era justo cobrar taxa de inscrição.
Assim, sem cobrar inscrição e com a primeira fase sendo o Enem, muita gente de fora do Rio resolveu fazer o vestibular da UFRJ. Do total de inscritos, 16,5% não vêm de solos fluminenses. O maior exportador de candidatos à federal do Rio é São Paulo, com 4.663 alunos, ou 6,3% do total.
Apesar de receber muitos alunos de fora, a UFRJ só aplica provas no Rio "por motivos operacionais", afirma Langlois.

Novidades
A adoção do Enem trouxe alterações na dinâmica da prova: a primeira fase deixou de contar no resultado final.
Além disso, até o ano passado, a primeira fase e cada uma das provas das cinco disciplinas da segunda fase valiam um sexto da nota final. Redação e língua portuguesa -comuns a todos os candidatos- valiam, somadas, um terço (33%).
Agora, cada uma das cinco disciplinas da segunda etapa vale um quinto da nota final, de forma que português e redação valem dois quintos (40%).
Além do aumento do peso do português na nota final, outra alteração foi que, com o uso do Enem, o vestibular da UFRJ deixou de ser completamente discursivo. A coordenação do vestibular da UFRJ diz que já enfrentava dificuldades em manter apenas questões abertas em sua avaliação.
"Do ponto de vista acadêmico, ter apenas questões discursivas é algo louvável, mas é também mais difícil. O Enem veio em boa hora", diz Langlois.

Sem pegadinha
É o que também acha Felipe Bravo, 18, aluno do colégio Ph e candidato de engenharia de produção. "O Enem é mais tranquilo." Mas, quando o assunto é segunda fase, Felipe não esconde a sua preocupação: "Vou passar o Ano-Novo estudando", diz.
Com um número cada vez maior de inscritos, a UFRJ tem a tarefa de selecionar alunos tanto para cursos muito concorridos quanto para os menos e, por isso, o exame específico é marcado pela existência de questões dos três níveis de dificuldade: fáceis, médias e difíceis. "Nós precisamos diferir o aluno nota 4 do aluno nota 5 e o aluno nota 9 do aluno nota 10. Por isso, se ao ler uma questão o candidato achar que ela está fácil, é porque ela é fácil mesmo. A prova da UFRJ não tem pegadinha", diz o coordenador.


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