São Paulo, quinta-feira, 25 de novembro de 2004
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NA CONTRAMÃO

Instituição, que participa da seleção da Fuvest e é paga, não consegue preencher vagas

Santa Casa vai ter outro vestibular

Marcelo Ximenez/Folha Imagem
Vista do interior do prédio da Santa Casa, que está localizado na região central de São Paulo


ANDRÉ NICOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Na lanterna do ranking de relações candidato/vaga da Fuvest, há dois cursos da Santa Casa, única instituição que cobra mensalidades a participar do vestibular. O último colocado do processo seletivo, fonoaudiologia, mesmo que tenha todos os 20 inscritos com desempenho mínimo, não preencherá suas 50 vagas. Resultado: outro vestibular à vista, provavelmente em fevereiro.
Em fonoaudiologia, para ser aprovado para a segunda fase, bastará acertar 25 testes na primeira etapa. Para conseguir a vaga, o candidato só precisará fazer metade das provas da fase final, sem zerar no conjunto delas.
O curso de fonoaudiologia, com 0,4 candidato/vaga, é o caso mais problemático da faculdade, mas enfermagem, com 1,88, também preocupa, já que alguns dos aprovados devem desistir da vaga caso passem em alguma pública.
A baixa disputa foi resultado de uma mudança no sistema que era adotado até então, na tentativa de acabar com a dificuldade de preenchimento das vagas nos dois cursos. Antes, enfermagem e fonoaudiologia na Santa Casa estavam dentro das mesmas carreiras dos cursos da USP, o que possibilitava que os candidatos escolhessem a faculdade particular como segunda opção.
Mas, como os cursos são pagos, muitos estudantes não faziam a matrícula. "A Fuvest nos mandava três listas de aprovados com mais de cem nomes, mas, mesmo assim, não conseguíamos completar as 50 vagas. Os alunos não têm dinheiro", disse Katia de Almeida, coordenadora do curso de fonoaudiologia da Santa Casa.
Para tentar completar as vagas de 2005, tentou-se dividir os dois cursos em carreiras separadas, o que faria com que apenas os candidatos que realmente se interessassem pela faculdade se inscrevessem nela. Como forma de incentivo, a proporção de candidatos aprovados para a segunda fase seria de seis estudantes por vaga, contra três em todas as outras. O problema, entretanto, é que essas pessoas seriam obrigadas a abrir mão de concorrer a uma vaga no curso da USP, que é gratuito.
Agora, já se sabe de antemão que sobrarão vagas. Para completá-las, um novo vestibular será realizado. "Vamos aguardar a definição da Fuvest para ver quantas são as vagas e faremos um novo vestibular, provavelmente em meados de fevereiro", disse Ernani Geraldo Rolim, diretor da faculdade da Santa Casa.
Para Katia de Almeida, o novo vestibular servirá como ensaio para definir o que será feito no próximo ano. "Precisamos avaliar melhor. Posso estar me precipitando, mas creio que, do jeito que está, não poderá ficar no ano que vem. Ou nós voltamos a nos unir com as carreiras da USP ou separamos de vez em um outro vestibular. Para nós é muito tranqüilo fazer parte da Fuvest, pois nos dá credibilidade e os alunos que recebemos são de ótima qualidade."
Segundo Rolim, as mudanças não devem ocorrer tão cedo. "Provavelmente, os dois cursos devem continuar no mesmo sistema, mas com uma campanha maior para divulgá-los. Fonoaudiologia é um curso novo, com o tempo ele deve se consolidar."


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