|
Próximo Texto | Índice
NOVA POLI
USP muda ingresso para engenharia
Na inscrição, candidatos terão sete opções; mudança vale já para o próximo vestibular
FERNANDA CALGARO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Escola Politécnica da USP
mudou o sistema de ingresso
no curso de engenharia, e as alterações valerão já para o próximo vestibular.
Antes, na hora da inscrição,
os candidatos tinham como opção apenas engenharia e, quando aprovados, cursavam o ciclo
básico de dois anos. A partir de
agora a escolha da área será feita no ato da inscrição.
Haverá sete áreas, e o candidato poderá optar por até três
delas, em ordem de preferência
(confira quadro na página 4).
No caso das engenharias de
produção, mecatrônica e de
computação/elétrica com ênfase em computação, a escolha
será feita no ato da inscrição.
Nas outras quatro áreas, o
aluno terá o primeiro ano básico e, ao final deste ano, optará
por uma das habilitações possíveis dentro de sua área. O critério será o desempenho acadêmico no primeiro ano da Poli.
Como era
No sistema antigo, ao final do
primeiro ano do ciclo básico, os
alunos faziam a opção por uma
das quatro grandes áreas da engenharia: civil, elétrica, mecânica ou química. A habilitação
era decidida somente no final
do segundo ano do curso.
Segundo José Roberto Cardoso, vice-diretor da Poli, resolveu-se pela mudança por
causa da insatisfação dos alunos e do alto índice de evasão.
"Como ao final do ciclo básico muitos alunos não conseguiam cursar a área desejada,
acabavam frustrados e vários
desistiam da faculdade."
Foi o caso do terceiranista da
Poli José Oswaldo de Oliveira
Neto, 21. Ele conta que seu desejo era cursar engenharia química. No entanto, acabou tendo de fazer elétrica. "Escolheram para mim", diz. "Fiz dois
anos de cursinho para entrar na
faculdade. E não vou parar agora porque não dá para começar
tudo de novo. Fui vencido pelo
cansaço. Meu objetivo é pegar o
diploma e, assim como amigos
meus, provavelmente irei trabalhar em banco, na parte administrativa."
A desistência no meio do curso em geral é grande, e o vice-diretor da Poli cita o exemplo
da engenharia de produção,
com 70 vagas, que costuma ser
preferida por mais de 150 alunos. "Pelo menos 80 ficavam de
fora e tinham de fazer outro
curso."
Das 750 vagas em engenharia, o vice-diretor da Poli afirma que havia evasão de mais de
cem alunos. "As turmas acabavam se graduando com 650 alunos, considerando já aqueles
20 ou 30 transferidos de outras
instituições de ensino."
Para quem está decidido sobre o que quer, como Patrícia
Peres Lopes, 17, a mudança deve facilitar. Ela cursa o terceiro
ano do ensino médio no Colégio Dante Alighieri, na capital
paulista, e tentará uma vaga em
engenharia química para depois de formada trabalhar em
empresas de cosméticos.
A escolha pela habilitação no
final do primeiro ano ela aprova. "Será importante para conhecer as áreas e mais tarde
não se arrepender", diz.
Indecisão
Mas se a nova forma do vestibular dará mais garantias ao estudante de que ele irá fazer um
curso na sua área pretendida,
ao mesmo tempo também afetará os indecisos.
"Acho difícil escolher sem
conhecer bem as opções", avalia, Maria Fernanda Petri Petto, 17, aluna do terceiro ano do
ensino médio do Colégio Bandeirantes, na cidade de São
Paulo. Ela pretende estudar engenharia, mas ainda está em
dúvida entre elétrica e mecânica. "Vou ler mais sobre cada
uma delas antes de me decidir."
Próximo Texto: Concorrência na segunda fase deve crescer Índice
|