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      São Paulo, quinta-feira, 27 de novembro de 2003
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Apesar de bem estruturado, texto requer ajustes

THAÍS NICOLETI DE CAMARGO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Bastante crítico em relação à possibilidade de aprovação do Estatuto do Desarmamento, o candidato destaca o valor essencialmente paliativo da medida. Trabalha bem com os argumentos favoráveis ao seu ponto de vista, mas não refuta a argumentação contrária, o que seria conveniente, já que o texto trata de tema polêmico.
A facilidade dos criminosos para adquirir armas de fogo faz que boa parte da população fique indignada com o fato de ser ela o alvo de um projeto de desarmamento. É como se um direito estivesse sendo tirado do cidadão comum, que ficaria em desvantagem em relação ao seu adversário -afinal, o criminoso (que é quem deveria ser desarmado) não é atingido pela proibição.
Ora, é consenso que criminosos não deveriam ter acesso a armas. Essa não é, portanto, a questão. Esse argumento considera necessariamente a possibilidade de confronto direto entre os criminosos e a população civil, hipótese que não deveria ser levada em conta, uma vez que é dever do Estado fazer essa mediação e garantir a segurança dos cidadãos.
Ao lembrar que o Estado deve atuar na extinção das causas da criminalidade, o candidato faz uso do argumento de consenso e, com isso, granjeia credibilidade para o texto.
Convém deter-se mais no uso do vocabulário, nem sempre preciso, e fazer ajustes na introdução do texto, que apresenta um comportamento característico das elites do país como se fosse o de toda a população.


Thaís Nicoleti de Camargo é consultora de língua portuguesa da Folha.
E-mail: tnicoleti@folhasp.com.br


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