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Apesar de bem estruturado, texto requer ajustes
THAÍS NICOLETI DE CAMARGO
ESPECIAL PARA A FOLHA
Bastante crítico em relação à
possibilidade de aprovação
do Estatuto do Desarmamento,
o candidato destaca o valor essencialmente paliativo da medida. Trabalha bem com os argumentos favoráveis ao seu
ponto de vista, mas não refuta a
argumentação contrária, o que
seria conveniente, já que o texto trata de tema polêmico.
A facilidade dos criminosos
para adquirir armas de fogo faz
que boa parte da população fique indignada com o fato de
ser ela o alvo de um projeto de
desarmamento. É como se um
direito estivesse sendo tirado
do cidadão comum, que ficaria
em desvantagem em relação ao
seu adversário -afinal, o criminoso (que é quem deveria
ser desarmado) não é atingido
pela proibição.
Ora, é consenso que criminosos não deveriam ter acesso a
armas. Essa não é, portanto, a
questão. Esse argumento considera necessariamente a possibilidade de confronto direto
entre os criminosos e a população civil, hipótese que não deveria ser levada em conta, uma
vez que é dever do Estado fazer
essa mediação e garantir a segurança dos cidadãos.
Ao lembrar que o Estado deve atuar na extinção das causas
da criminalidade, o candidato
faz uso do argumento de consenso e, com isso, granjeia credibilidade para o texto.
Convém deter-se mais no uso
do vocabulário, nem sempre
preciso, e fazer ajustes na introdução do texto, que apresenta
um comportamento característico das elites do país como
se fosse o de toda a população.
Thaís Nicoleti de Camargo é consultora de língua portuguesa da
Folha.
E-mail: tnicoleti@folhasp.com.br
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