São Paulo, terça-feira, 28 de julho de 2009
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DEU NA MÍDIA

Guerra Fria levou homem à conquista da Lua

ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA

Há 40 anos o astronauta Neil Armstrong, primeiro homem a pisar na Lua, disse a célebre frase ao deixar o módulo lunar: "Um pequeno passo para o homem, mas um grande salto para a humanidade". Aventura memorável, o "grande salto" referia-se à pesquisa, ao avanço da ciência e da superação de desafios, cujos subprodutos, sem dúvida, foram dezenas de invenções hoje incorporadas ao dia a dia da sociedade.
A conquista da Lua e os consequentes avanços tecnológicos deflagrados, no entanto, só podem ser compreendidos no contexto da Guerra Fria.
As duas superpotências EUA e URSS lutavam pela hegemonia política, militar e tecnológica do mundo. Símbolo de poder, a luta pela conquista do espaço definiu uma verdadeira guerra cuja ordem era avançar sobre os limites do adversário e suplantar suas realizações.
Com o aumento dos arsenais nucleares, o desafio passou a ser o desenvolvimento da tecnologia de mísseis balísticos, capazes de transportar as ogivas atômicas a longas distâncias.
A largada para a corrida espacial ocorreu no fim dos anos 1950, com o lançamento, pela URSS, do Sputnik, primeiro satélite artificial a entrar na órbita da Terra. Se os soviéticos tomavam a frente, os EUA respondiam com a criação da Nasa, a agência espacial norte-americana, cuja missão estabelecida pelo então presidente John Kennedy no início dos anos 1960 era levar o homem à Lua.
Ainda na dianteira, Moscou reafirmou seu pioneirismo ao colocar o primeiro ser humano em órbita, o cosmonauta Yuri Gagárin, em 1961. "A Terra é azul", exclamou Gagárin. Ao lado da proeza tecnológica, a frase transformou-se em veículo de propaganda oficial da superioridade do modelo comunista.
Washington contra-atacou com o anúncio do projeto Apollo e, finalmente, em julho de 1969, com a Apollo 11, o homem venceu o desafio e saltitou no solo lunar. Marco da vitória sobre a URSS, esse feito foi acompanhado pela TV no mundo inteiro.
Mas, passadas quatro décadas, retoma-se a pergunta fundamental: para que tanto esforço, tanto investimento?
Qual o sentido dessa empreitada? Muitas podem ser as respostas, como vimos, mas as palavras de Kennedy merecem atenção: "Escolhemos ir à Lua nesta década e fazer outras coisas, não porque isso seja fácil, mas porque é difícil, porque este objetivo servirá para organizar e medir o melhor das nossas energias e habilidades, porque o desafio é um dos que estamos dispostos a aceitar".
Superar desafios aparentemente intransponíveis tornou-se a marca dos EUA, que o diga a geopolítica.


ROBERTO CANDELORI é professor do colégio Móbile

rcandelori@uol.com.br


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