São Paulo, quinta-feira, 29 de janeiro de 2004
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NÃO PERCA SUA CHANCE

"Estava tão nervosa, tão deprimida, que nem percebi"

Matuiti Mayezo/Folha Imagem
Thaís Maria da Fonseca, que não soube de sua aprovação na Unifesp


CANDIDATA CONFUNDE CARTA DA UNIFESP COM A DE OUTRA INSTITUIÇÃO E NÃO ENTRA NA FEDERAL

ISABELLE MOREIRA LIMA
DA REPORTAGEM LOCAL

Passar no vestibular e perder a matrícula por não saber do resultado parece um pouco difícil de acontecer. Mas, apesar das recomendações dadas nas escolas, nos cursinhos e nos manuais das faculdades, isso acontece.
Thaís Maria da Fonseca, 25, que fez o processo seletivo da Unifesp para o curso de enfermagem, é prova disso. Graduada em biomedicina pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), ela sempre quis fazer medicina. Em dezembro de 2002, prestou vestibular em algumas universidades que oferecem o curso e, na Unifesp, para enfermagem. "Se não desse para cursar medicina em nenhuma das outras, eu iria fazendo enfermagem e me preparando para o próximo vestibular", justifica.
Quando saíram as listas de aprovação de 2003, ela não viu o seu nome em nenhuma delas. Além disso, ela recebeu uma carta que informava o desempenho e a classificação na Unifesp. "Chorei, desencanei e fui para o Rio Grande do Sul passar férias."
Quando ainda estava viajando, sua mãe ligou para contar que havia saído a segunda lista de aprovados no vestibular, mas ela não acreditava que poderia ter chances de ingressar no curso devido à colocação que obteve.
Quase um ano depois, ela leu a reportagem "São chamados mais alunos que o dobro do número de vagas", publicada em dezembro pelo Fovest, e percebeu que teria entrado na faculdade se tivesse olhado não apenas a primeira lista. Ela foi a 157ª colocada no curso que tem 80 vagas. "Ao ler a reportagem, surgiu uma dúvida: será que eu fui chamada e não sabia?". Ao verificar no site da universidade, ela concluiu que foi isso mesmo. Foi aprovada, mas, como não checou as listas, não soube.
A maior surpresa, no entanto, veio ao verificar que a carta informando a colocação não era da Unifesp, mas da Universidade de Caxias do Sul. "Eu estava tão nervosa, tão deprimida, que nem percebi. Só confiei no que li."
O preço pago por essa "desatenção" foi perder a matrícula para o curso de enfermagem.
"Quando vi o meu nome na lista, chorei muito. Mas depois que "baixou a poeira", fiquei feliz, porque não foi um ano de cursinho jogado no lixo", diz, conformada.
Mesmo com toda a confusão, a história dela tem um final feliz. No fim do ano passado, ela prestou concurso para mestrado no Departamento de Fisiologia Renal da Unifesp e foi aprovada. "Depois da rasteira, veio a virada; acabei entrando lá da mesma forma e dei um passo a mais na carreira", comemora, mas reconhece que deveria ter sido mais atenciosa e persistente com o vestibular.
"O grande vacilo foi ter acreditado só na carta. Foi o ponto final. Eu só me dei bem porque já tinha outra faculdade, do contrário, teria ficado mais um ano no cursinho, o que é muito angustiante."

Matrícula
Ver o nome no fim da lista de espera, achar que não tem chance e simplesmente desistir "é um equívoco", para o diretor acadêmico da Vunesp, Fernando Dagnoni Prado. "Mesmo se o candidato está lá no final na lista é muito importante ficar até o fim e assinar a declaração de que ele tem interesse em uma possível vaga", explica. Ele conta que é comum encontrar candidatos que já cometeram "essa besteirinha".
Outra "besteira" bastante comum, de acordo com ele, é não agendar a data e o horário da matrícula e chegar atrasado. Ou, ainda, não separar os documentos, fotos e cópias autenticadas que são pedidos pelas faculdades. Ele diz também que é preciso lembrar que a matrícula é sempre feita na cidade onde fica localizada a faculdade, e não na cidade em que a prova foi feita. Portanto é essencial levar em conta o tempo de viagem, o meio de transporte que vai ser utilizado e os horários. O endereço das faculdades está nos manuais do candidato.
Prado faz um último lembrete: o horário de matrícula não varia conforme o período (manhã, tarde ou noite) do curso.


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