São Paulo, terça-feira, 29 de janeiro de 2008
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NO EXTERIOR

Aulas cursadas em outro país valem créditos na graduação

Aluno pode passar um semestre ou mais completando o curso lá fora

DA REDAÇÃO

Cerca de 400 alunos da Universidade de São Paulo passaram um semestre ou mais estudando em faculdades de outros países só em 2007. Da Anhembi Morumbi, mais de 100. Mas por que tanto interesse em completar parte da graduação no exterior? Entre muitos outros pontos, o estudante conhece uma nova cultura, tem uma outra visão da carreira que escolheu e, assim, fortalece sua formação.
O sistema é simples: uma vez lá fora, cada disciplina que o aluno cursa vale como créditos para a faculdade no Brasil.
"O objetivo do intercâmbio é que o aluno volte trazendo conhecimento para os outros", diz Mariza Reis, assessora de cooperação internacional do Instituto Presbiteriano Mackenzie, que envia cerca de 50 alunos por semestre para estudar em uma das 29 faculdades com que tem convênio -em países como Portugal e França.
A decisão de ir deve ser muito bem pensada, levando-se em conta os prós e os contras. Sim, também há contras -como a saudade da família e dos amigos, os gastos e, em alguns casos, a necessidade de trabalhar a contragosto.
Para Juliana Tofik Leal, 23, aluna do Mackenzie, um dos pontos negativos de sua estadia de um ano em Portugal estudando arquitetura foi não ter aprendido outra língua. "Mas foi superproveitoso", diz ela. "Conheci gente do mundo inteiro e vi um outro tipo de estudo de arquitetura. Lá as aulas eram bem mais puxadas que as daqui. Voltei sabendo mais."

Seleção
O processo de seleção dos bolsistas é muito semelhante na maioria das faculdades, particulares e públicas: ter completado no mínimo 20% dos créditos, ter média geral alta, ter poucas ou nenhuma reprovação e fazer uma entrevista. Em alguns casos, há ainda uma prova de língua estrangeira.
O preço da mensalidade pode variar muito. Há casos em que o aluno paga o valor da escola na moeda estrangeira, outros em que as escolas daqui conseguem descontos e outros em que o curso é gratuito. Em algumas instituições, o custo do curso no exterior é o mesmo cobrado no Brasil.

Adaptação
Alguns alunos relatam que a adaptação ao curso é muito difícil. A estudante Natalia Teixeira, que faz turismo na Anhembi e passou seis meses estudando na Espanha, conta que as aulas lá eram mais puxadas. "Lá os professores trabalham muito com casos, aqui, não. E toda hora tinha apresentação, eles forçam os alunos a falar espanhol." Sobre a língua, ela conta que saiu do Brasil com o espanhol que tinha aprendido na faculdade e voltou fluente.
"Fazer faculdade hoje em dia está ficando popular, então fui procurar um diferencial." (LAS)


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