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Estudantes podem montar curso próprio, segundo Lei de Diretrizes
DA REPORTAGEM LOCAL
A tendência de fazer duas graduações ao mesmo tempo está ficando para trás. Atualmente, com a proliferação dos cursos de especialização e os
mestrados, está mudando a forma como os estudantes reorientam ou aprofundam os
seus conhecimentos. Essa é a opinião de Jacques Velloso, ex-membro do Conselho Nacional de Educação, professor de economia da educação na UnB (Universidade de Brasília) e participante do Núcleo de Estudos sobre Ensino Superior
da universidade.
Segundo ele, a nova LDB (Lei
de Diretrizes e Bases da Educação) também contribui para
substituir em 90% as necessidades desses alunos, pois prevê que eles possam elaborar cursos de complementação, com direito a certificado, utilizando as disciplinas oferecidas na universidade que cursa.
Folha - É freqüente encontrar
pessoas que fazem duas faculdades ao mesmo tempo?
Velloso - A dupla jornada é
menos freqüente hoje do que
no passado. Atualmente, há
um número muito maior de
cursos de especialização e de
mestrados. Eles permitem aos
estudantes uma reorientação
ou um aprofundamento da
graduação.
Folha - Em que casos essa situação acontece?
Velloso - A dupla graduação
tem como origem algumas situações como: o estudante que
não está bem certo da profissão que vai seguir ou que faz
um curso para garantir o emprego e outro porque gosta do
assunto. Isso é um prejuízo para o aluno, em termos econômicos, quando estuda em uma
instituição particular, além de
ser perda de tempo. Certamente não vai usar tudo o que
aprendeu nos dois cursos.
Folha - Há outros casos?
Velloso - O que acontece também é que muitas vezes os alunos têm interesse por assuntos
profissionais que não estão
contidos em um único curso.
Folha - O senhor poderia citar
um exemplo?
Velloso - Um engenheiro de
produção que está interessado
em uma carreira de gestão de
administração de uma empresa. Essa pessoa faz o curso de
engenharia e o de administração também. Na verdade, ele
precisa mesmo é de uma boa
parte do curso de engenharia e
de apenas um parcela do curso
de administração.
Folha - Quais as opções que
ele tem?
Velloso - Hoje em dia, temos
uma alternativa que são os
chamados cursos seqüenciais
individualizados. Eles permitem que o estudante encontre
o tipo de complementação que
procura. Nesse exemplo do engenheiro, ele pode propor um
curso seqüencial de estudo para a universidade que está cursando.
Folha - Como isso funciona?
Velloso - O estudante propõe
à universidade a grade curricular que gostaria de cursar.
Digamos que esse graduando
em engenharia queira especializar-se em administração financeira. Ele escolhe meia dúzia de disciplinas, que devem
compor uma seqüência lógica
-acadêmica e profissional-,
o plano de estudos deve ser
aprovado por um orientador e,
finalmente, a instituição poderá dar o aval. O aluno, então,
segue essas disciplinas e ao diploma de engenharia terá
acrescentado o atestado de que
fez um curso seqüencial de
complementação de estudos
em administração financeira.
Folha - Esse sistema já está em
prática?
Velloso - O que se sabe é que
está sendo pouco utilizado. As
universidades têm certa dificuldade para acomodar esse
público. Mas as instituições
que estiverem dispostas a diversificar essas oportunidades
para os estudantes poderão reservar uma ou duas vagas para
alunos de outras áreas.
Mais informações:
www.mec.gov.br ou 0800-616161.
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