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HISTÓRIA
A expansão marítimo-comercial européia
CLAUDIO B. RECCO
ESPECIAL PARA A FOLHA
A expansão marítimo-comercial
pode ser considerada um marco da modernidade européia. Foi
a partir dela que o capitalismo se
desenvolveu como catalisador
dos interesses da burguesia, da
nobreza, do rei e mesmo da Igreja
Católica. De modo geral, todos os
setores que se envolveram no processo expansionista vislumbraram o lucro proveniente de tal
empreendimento. No entanto
existiram também interesses específicos que nortearam a ação de
cada classe ou grupo social.
Dois interesses se destacaram
num primeiro momento: o da
burguesia e o do rei. O da burguesia é mais nítido, pois se refere à
classe que nasceu com o comércio
e pretendia expandi-lo, superando o monopólio imposto pelas cidades italianas ao comércio de especiarias, e, para tanto, necessitava de novas rotas e novos mercados. Mas é importante lembrar
que a ampliação do comércio só
foi possível com o crescimento
populacional, da vida urbana e de
uma economia monetarizada,
processo iniciado séculos antes.
O interesse do rei, que centralizava o poder, estava relacionado à
necessidade de moedas -ouro e
prata- para manter seus Exércitos e para organizar o Estado.
Mas o que era o Estado nesse
contexto? O Estado Moderno, caracterizado pelo poder centralizado que tende ao Absolutismo, foi
a forma política adotada para reunir as elites com base em laços nacionais e em interesses mercantis,
ou seja, era o Estado que representava os interesses da burguesia, da nobreza e do clero.
Hoje não se acredita mais que
um rei absolutista adotasse uma
política pessoal. A política real é
aquela que permite o fortalecimento do Estado e, portanto, das
classes representadas por ele. Mas
o Estado absolutista era ainda
controlado burocraticamente pelos grupos mais conservadores: a
nobreza e o alto clero.
Como a economia rural era decadente, a nobreza se apegava aos
privilégios concedidos pelo Estado e, contraditoriamente, precisava cada vez mais de um Estado
forte. O desenvolvimento de novas formas de organização social
fez com que a Igreja se apegasse
ao Estado absoluto para tentar
preservar seu monopólio sobre a
educação e a cultura, elementos
que se somaram ao interesse de
expansão do cristianismo para
outras regiões como continuidade do movimento cruzadista.
Dica: Será que os interesses da
nobreza e da Igreja eram conquistar terras e expandir a fé cristã?
Aprofunde o entendimento dos
outros interesses desses grupos.
Claudio B. Recco é coordenador do site
www.historianet.com.br e autor do livro "História em Manchete - O Início do Século"
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