UOL

      São Paulo, quinta-feira, 31 de julho de 2003
  Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

HISTÓRIA

A expansão marítimo-comercial européia

CLAUDIO B. RECCO
ESPECIAL PARA A FOLHA

A expansão marítimo-comercial pode ser considerada um marco da modernidade européia. Foi a partir dela que o capitalismo se desenvolveu como catalisador dos interesses da burguesia, da nobreza, do rei e mesmo da Igreja Católica. De modo geral, todos os setores que se envolveram no processo expansionista vislumbraram o lucro proveniente de tal empreendimento. No entanto existiram também interesses específicos que nortearam a ação de cada classe ou grupo social.
Dois interesses se destacaram num primeiro momento: o da burguesia e o do rei. O da burguesia é mais nítido, pois se refere à classe que nasceu com o comércio e pretendia expandi-lo, superando o monopólio imposto pelas cidades italianas ao comércio de especiarias, e, para tanto, necessitava de novas rotas e novos mercados. Mas é importante lembrar que a ampliação do comércio só foi possível com o crescimento populacional, da vida urbana e de uma economia monetarizada, processo iniciado séculos antes.
O interesse do rei, que centralizava o poder, estava relacionado à necessidade de moedas -ouro e prata- para manter seus Exércitos e para organizar o Estado.
Mas o que era o Estado nesse contexto? O Estado Moderno, caracterizado pelo poder centralizado que tende ao Absolutismo, foi a forma política adotada para reunir as elites com base em laços nacionais e em interesses mercantis, ou seja, era o Estado que representava os interesses da burguesia, da nobreza e do clero.
Hoje não se acredita mais que um rei absolutista adotasse uma política pessoal. A política real é aquela que permite o fortalecimento do Estado e, portanto, das classes representadas por ele. Mas o Estado absolutista era ainda controlado burocraticamente pelos grupos mais conservadores: a nobreza e o alto clero.
Como a economia rural era decadente, a nobreza se apegava aos privilégios concedidos pelo Estado e, contraditoriamente, precisava cada vez mais de um Estado forte. O desenvolvimento de novas formas de organização social fez com que a Igreja se apegasse ao Estado absoluto para tentar preservar seu monopólio sobre a educação e a cultura, elementos que se somaram ao interesse de expansão do cristianismo para outras regiões como continuidade do movimento cruzadista.
Dica: Será que os interesses da nobreza e da Igreja eram conquistar terras e expandir a fé cristã? Aprofunde o entendimento dos outros interesses desses grupos.


Claudio B. Recco é coordenador do site www.historianet.com.br e autor do livro "História em Manchete - O Início do Século"


Texto Anterior: Geografia: Mais velho, Brasil chega à "fase adulta"
Próximo Texto: Atualidades: A força de paz chega à Libéria
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.