São Paulo, terça-feira, 01 de janeiro de 2008

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Crítica

"Cidade Baixa" mostra histórias de "carne e osso"

PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Logo no início de "Cidade Baixa" (Cinemax, 21h), Lázaro Ramos esfaqueia alguém numa briga de bar. Isso não terá repercussão ao longo da história, porque nesse belo filme de Sérgio Machado várias coisas são mostradas sem que, necessariamente, sejam valiosas para o avanço narrativo.
Se aqui o valor está na experiência do banal, em "Forrest Gump" (AXN, 22h) tudo é capital e notório, de salvar vidas na guerra a cruzar um país a pé. O que Gump faz estará sempre dentro de uma engrenagem narrativa, a da história do século 20 -mais especificamente, a dos EUA, com seu Vietnã, políticas, Aids e tal.
A vida de Gump, assim, é a própria história americana, e daí ele ser o narrador, elegendo apenas os grandes eventos.
É uma lógica positivista, ou totalizante, em que determinados fatos são partes simbólicas de um todo. Gump é, desse modo, uma flâmula, uma entidade, um espectro, ao passo que os personagens de "Cidade Baixa" são efetivamente de carne e osso, vivos.


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