|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
OUTONO-INVERNO 2001
Uma e Lorenzo Merlino atraem povo fashion
Circuito off dá partida à temporada de moda
JACKSON ARAUJO
ESPECIAL PARA A FOLHA
CAMILA YAHN
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O circuito off deu a partida na
temporada de moda de São Paulo,
com diversos eventos acontecendo já desde anteontem. A São
Paulo Fashion Week só começou
ontem no prédio da Fundação
Bienal (zona sudoeste de São Paulo), mas estilistas e marcas pequenas aproveitaram o interesse da
mídia e a presença de jornalistas e
compradores de outras cidades
para mostrar suas coleções de inverno. Os desfiles do evento principal seguem até a próxima segunda-feira, dia 5, na cidade.
Lorenzo Merlino conseguiu
atrair os profissionais da moda a
seu desfile no salão de cabeleireiro
L'Equipe, do qual seu pai é um
dos sócios, na rua Estados Unidos
(Jardins). O espaço tem como curiosidade o fato de ter abrigado o
after-hours Hell's Club, de que
Merlino era frequentador.
Ele mostrou um inverno bem a
seu estilo: geométrico, intelectualizado, assimétrico, seco e sério.
Suas mulheres nada sexies aparentam castidade quase medieval,
nos tops de couro e cintos largos.
Merlino montou cenário com
cubos brancos, "pedestalizando"
suas modelos como nos anos 80,
uma imagem da década que serve
como fio condutor da coleção.
O estilista faz bom desdobramento das ombreiras, que aparecem em tops de um ombro só, arrematando o busto do tomara-que-caia e estruturando o decote
ombro a ombro da blusa de mangas longas e bufantes.
As calças são sempre retas e secas e vêm combinadas com blusas
de decote "V", brilhantemente
desfiladas por Caroline Ribeiro.
Em suas poucas entradas, a modelo emprestou personalidade e
elegância às roupas de Merlino,
fazendo valer a tal jovialidade e
segurança da proposta do estilista. As novatas do casting não seguraram muito a densidade do
estilo de Merlino e apareceram
envelhecidas, com os cabelos frisados à volta da testa.
Merlino trabalha bem as pregas,
que aparecem profundas nas
saias, embutidas nas calças e largas nos vestidos tipo bata. Na reduzida coleção masculina, destacam-se um terninho preto de gola
arredondada usado com calça
sanfonada na barra e a adaptação
inteligente da forma do robe de
chambre, em couro preto, usado
como um trench coat.
Na alfaiataria feminina, o casaco tipo redingote usado com calça
reta contrapõe-se com a evolução
de golas de terno que surgem no
tomara-que-caia, sobrepostas e
assimétricas em couro, com saia
lápis. Os poucos vestidos e o marcado uso de duas peças (calça e
camisa, saia e blusa) garantem
um perfume anos 40.
Nídia Duek, ex-mulher do estilista Tufi Duek, da Forum, recebeu, também anteontem, seleto
grupo de clientes para apresentação informal de uma coleção que
rejuvenesce sua cliente. Mães e filhas se encantaram com o bom
desenvolvimento de pulôveres de
mohair branco com gola rolê e joviais camisetas com a estampa do
beija-flor, tema da coleção.
A marca UMA também apresentou desfile, anteontem, em sua
loja-restaurante na Vila Madalena
para amigos, imprensa e compradores. No espaço entre a loja e o
refeitório, a marca lançou um inverno tipo meia-estação, com ênfase no xadrez e nos tecidos de alfaiataria, transportados para um
cenário andrógino e militar. A peça principal é a calça que aparece
reta tanto no masculino como no
feminino. Nas cores, destaque para o trio vermelho-preto-branco,
que já dá ares de tendência.
As estilistas cariocas Mary Zaide
e Cláudia Simões pegam carona
na temporada paulista e também
estabelecem showroom em São
Paulo. Com seu estilo clássico e
toques de alfaiataria, Mary Zaide
recebe clientes e compradores na
r. Oscar Freire, 587. Seguindo a
mesma linha, inovando nas estampas, Cláudia Simões expõe
coleção no salão Iguaçu do hotel
Renaissance, nos Jardins.
Texto Anterior: Televisão: Cultura perde audiência entre 95 e 2000 Próximo Texto: Fashionista Índice
|