São Paulo, terça-feira, 01 de fevereiro de 2011

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Disco ao vivo

A moda de reproduzir em show um álbum completo , seguindo ordem das faixas, domina agenda das bandas e vai chegar ao Brasil

THALES DE MENEZES
DE SÃO PAULO

Quando o Echo and the Bunnymen esteve no Brasil em outubro passado, abriu seu show com a execução de "Ocean Rain", seguindo a ordem das faixas desse LP de 1984, da primeira à última.
Isso foi só o começo.
Onda do momento no pop mundial, a ideia de dedicar uma apresentação a um dos álbuns marcantes da carreira pegou forte. De veteranos como Def Leppard a mais novos como Stereophonics, a agenda de shows lá fora está repleta de "albuns in concert", como definem os gringos.
Alguns defendem o valor artístico da empreitada. Black Francis, do Pixies, disse que os shows que vão reproduzir o álbum "Doolittle" (1989), a partir de junho, são necessários para que o público e a própria banda "sintam mudanças orgânicas que o tempo impõe às canções". Seja lá o isso queira dizer.
Já Bobby Gillespie, do Primal Scream, foi honesto ao extremo: montou uma turnê de "Screamadelica" (1991) para este ano porque não tem nada novo para apresentar. Simples assim.
As gravadoras entram pesado nesse tipo de show, porque associam as turnês a lançamentos de reedições especiais dos álbuns. Como a molecada não compra mais CD, o alvo continua sendo o fã das bandas antigas.
O Tears For Fears vai lançar a turnê de seu disco mais bem-sucedido, "Songs from the Big Chair" (1986), porque seu selo vai financiar todo o projeto. E, claro, lançar um CD triplo comemorativo.
Outro ponto favorável: álbuns mais antigos, do tempo do LP, são curtos, têm mais ou menos 40 minutos. Essa duração muitas vezes bate com o tempo que as bandas têm em suas apresentações nos festivais de verão.
Um dos pilares do britpop, o Suede entra na jogada por atacado. Vai fazer em maio, em Londres, três dias seguidos de shows, cada um dedicado a um de seus primeiros álbuns: "Suede" (1993), "Dog Man Star" (1994) e "Coming Up"(1996). Depois segue em turnê internacional.
Se alguma parada da excursão tiver apenas uma ou duas datas, a prioridade será reproduzir o primeiro álbum.
Os fãs brasileiros podem se preparar. Em seus sites, Suede e Primal Scream sinalizaram shows por aqui em outubro, provavelmente nas novas edições dos festivais que recentemente se concentraram nesse período, como SWU e Planeta Terra.
O Tears For Fears toca na Argentina em setembro, o que sempre pode facilitar incluir o Brasil no pacote.
Para sentir as chances que esse tipo de show tem de emplacar junto aos artistas nacionais, a Folha perguntou a integrantes de Paralamas, Titãs e Skank como enxergam a possibilidade de retomar álbuns clássicos em shows.
Pelas respostas de João Barone, Sérgio Britto e Samuel Rosa, a semente pode vingar.


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