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MÚSICA
Quinta edição do Rec Beat leva até terça 42 atrações, entre rock, hip hop, carimbó e mangue beat
Recife abre hoje o seu Carnaval pop
especial para a Folha
Recife é boa de briga quando
quer defender seus movimentos
autóctones, mas, neste Carnaval,
o rock, a música eletrônica e o hip
hop, entre outros, darão as cartas
na parte velha da capital pernambucana. O Rec Beat, festival organizado na cidade há cinco anos,
leva, entre outros, Ira!, Fellini, Faces do Subúrbio e DJs estrangeiros à zona portuária do Recife.
Hoje, o DJ português Paulo Paris -cego e especializado em
trance- e a banda local Querosene Jacaré iniciam os trabalhos,
que só terminam na terça-feira
gorda, após 42 atrações. É um número impressionante, que talvez
só encontre paralelo em outro festival -também de Recife-, o
Abril pro Rock.
Os organizadores querem de 12
mil a 15 mil pessoas por noite. É
praticamente duas vezes a média
de 1999. "O festival cresceu em
prestígio, é aberto ao público e
criou um "point" no bairro do Recife. Além disso, aumentou de
cinco para sete dias", justifica Antonio Gutierrez, jornalista e mentor do Rec Beat.
Embora polifônico, o Rec Beat
privilegia o mangue beat. Gutierrez é produtor do Mundo Livre
S/A (que está na programação) e a
gênese do festival também está ligada a Roger -personagem citado por Chico Science em uma de
suas músicas. Mas a organização
se apressa em rechaçar uma "negação" do Carnaval tradicional.
"Em momento algum, tentamos
rivalizar com o Carnaval. Ressaltamos a principal característica da
cultura pernambucana, que é a
diversidade", diz Gutierrez. "É
uma opção para a noite dos foliões, que de dia se esbaldarão
com frevo, ciranda etc."
Se o mangue beat dá o tom, não
estranhe a presença dos músicos
da bissexta Fellini na programação. Chico Science não poupava-lhes elogios e chegou a se apresentar uma vez apenas com repertório dos paulistas. Especialmente
para o show, o guitarrista Thomas
Pappon irá deixar Londres, onde
trabalha como jornalista da BBC.
A esmagadora predominância
no festival é de bandas pernambucanas e paulistas, embora o paraense Pinduca -"rei do carimbó"-, os cearenses do Método
Tufo de Experiências, os alagoanos eletrônicos do Sonic Jr. e o carioca Pedro Luis estejam presentes. Baianos, novamente, ficam de
fora.
Pela primeira vez, o festival abre
espaço também para o público infantil, com espetáculos na tarde
da segunda-feira, o Recbeatinho.
Participam Daruê Malungo, Eu
Acho É Pouquinho e Nação Erê.
Os espetáculos acontecem sempre na rua da Moeda, numa área
outrora deteriorada, que foi recuperada pelo governo de Pernambuco. O festival está orçado em R$
300 mil.
(PAULO VIEIRA)
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