São Paulo, quarta-feira, 01 de março de 2000


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MÚSICA
Quinta edição do Rec Beat leva até terça 42 atrações, entre rock, hip hop, carimbó e mangue beat
Recife abre hoje o seu Carnaval pop

especial para a Folha

Recife é boa de briga quando quer defender seus movimentos autóctones, mas, neste Carnaval, o rock, a música eletrônica e o hip hop, entre outros, darão as cartas na parte velha da capital pernambucana. O Rec Beat, festival organizado na cidade há cinco anos, leva, entre outros, Ira!, Fellini, Faces do Subúrbio e DJs estrangeiros à zona portuária do Recife.
Hoje, o DJ português Paulo Paris -cego e especializado em trance- e a banda local Querosene Jacaré iniciam os trabalhos, que só terminam na terça-feira gorda, após 42 atrações. É um número impressionante, que talvez só encontre paralelo em outro festival -também de Recife-, o Abril pro Rock.
Os organizadores querem de 12 mil a 15 mil pessoas por noite. É praticamente duas vezes a média de 1999. "O festival cresceu em prestígio, é aberto ao público e criou um "point" no bairro do Recife. Além disso, aumentou de cinco para sete dias", justifica Antonio Gutierrez, jornalista e mentor do Rec Beat.
Embora polifônico, o Rec Beat privilegia o mangue beat. Gutierrez é produtor do Mundo Livre S/A (que está na programação) e a gênese do festival também está ligada a Roger -personagem citado por Chico Science em uma de suas músicas. Mas a organização se apressa em rechaçar uma "negação" do Carnaval tradicional. "Em momento algum, tentamos rivalizar com o Carnaval. Ressaltamos a principal característica da cultura pernambucana, que é a diversidade", diz Gutierrez. "É uma opção para a noite dos foliões, que de dia se esbaldarão com frevo, ciranda etc."
Se o mangue beat dá o tom, não estranhe a presença dos músicos da bissexta Fellini na programação. Chico Science não poupava-lhes elogios e chegou a se apresentar uma vez apenas com repertório dos paulistas. Especialmente para o show, o guitarrista Thomas Pappon irá deixar Londres, onde trabalha como jornalista da BBC.
A esmagadora predominância no festival é de bandas pernambucanas e paulistas, embora o paraense Pinduca -"rei do carimbó"-, os cearenses do Método Tufo de Experiências, os alagoanos eletrônicos do Sonic Jr. e o carioca Pedro Luis estejam presentes. Baianos, novamente, ficam de fora.
Pela primeira vez, o festival abre espaço também para o público infantil, com espetáculos na tarde da segunda-feira, o Recbeatinho. Participam Daruê Malungo, Eu Acho É Pouquinho e Nação Erê.
Os espetáculos acontecem sempre na rua da Moeda, numa área outrora deteriorada, que foi recuperada pelo governo de Pernambuco. O festival está orçado em R$ 300 mil.
(PAULO VIEIRA)


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