São Paulo, sábado, 01 de abril de 2000


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"O Olhar Distante" reúne estrangeiros em espaço nobre

especial para a Folha


Na Mostra do Redescobrimento, o módulo "O Olhar Distante" -com 40 artistas estrangeiros que retrataram o Brasil nos séculos 17, 19 e 20- ganhou o espaço nobre do pavilhão Ciccillo Matarazzo: o quadrilátero climatizado no 3º andar, que recebe as mostras históricas nas Bienais.
De fato, ar filtrado, temperatura e umidade corretas são condições mínimas para abrigar uma coleção de 260 obras de arte, cujo valor monetário atinge algo em torno de R$ 70 milhões (valor no qual foi baseado o seguro).
Com escolha das obras por Pedro Corrêa do Lago, a seção conta também com a assinatura de Jean Galard, diretor do Museu do Louvre. A participação do francês parece limitar-se a texto de catálogo do módulo, que explica o tal "olhar distante". Ou seja, analisa-se de que maneira se saíram pintores e desenhistas estrangeiros com boa formação acadêmica obrigados a interpretar formas, luzes e temas completamente diversos de sua experiência.
"O Olhar Distante" está estruturado em sete núcleos internos, compostos de "artistas-sóis" e seus "planetas", na concepção da curadoria. O primeiro passo é uma das maiores coleções do holandês Frans Post (1612-1680) já reunidas no país, com 30 obras. "O diferencial é a qualidade de todos os trabalhos", afirma Corrêa do Lago, que prepara o "catalogue raisonné" do artista para o ano que vem. Foram conseguidas, por exemplo, quatro das sete paisagens brasileiras remanescentes do pintor-viajante.
O segundo "sol" da seleção de estrangeiros do século 19 é o francês Nicolas Antoine Taunay (1755-1830), com a reunião recorde de 15 telas "brasileiras" desse pintor, considerado o mais requintado de quantos acadêmicos europeus exercitaram seus pincéis nas Américas. Em torno dele, poderão ser vistas obras de oito artistas, do afamado Rugendas ao excelente retratista Aimé-Adrien Taunay.
Seguem-se núcleos estruturados em torno do alemão Eduard Hildebrandt (1818-1868), com 18 obras, 14 delas trazidas de Berlim; e do ítalo-francês Joseph Leon Righini (cerca de 1820-1884), com paisagens amazônicas. Dois núcleos de fotografia com tiragens de alta qualidade abrangem o período 1840-1885 e o século 20. Desse último, constam nomes mais familiares ao público, como os dos franceses Claude Lévi-Strauss e Pierre Verger. Encerra o percurso a série de oito telas sobre a infernal São Paulo contemporânea, pelo pincel do alemão Anselm Kiefer, um dos maiores pintores vivos. (AM)


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