São Paulo, quinta-feira, 01 de abril de 2010

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Crítica

Samurai tolo vira herói outsider com Mifune

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Seria Akira Kurosawa um ser ocidentalizado? Eis a pergunta que há muito tempo vai e volta no mundo do cinema.
O certo é que seus filmes são aqueles que -em um tempo em que o Japão nos parecia uma cultura exótica- menos chocavam o espectador deste lado do mundo.
Não por acaso, os heróis de "Os Sete Samurais" (TCM, 23h50; 12 anos) puderam ser assimilados em um faroeste tão americano como "Sete Homens e um Destino".
Mas há algo de muito particular no filme de Kurosawa: o samurai tolo, levado às últimas consequências como herói outsider por Toshiro Mifune.
"Yojimbo - O Guarda-Costas" (TCM, 22h; 12 anos) não é tão diferente: não raro parece um faroeste em que o figurinista enlouqueceu e vestiu os heróis com quimonos.
Mas algo, além do humanismo extremo, acaba por diferenciar o cinema de Kurosawa. Cujos cem anos, aliás, não é o que aqui se comemora: as honras vão para os 90 anos de Mifune, que em "Yojimbo" divide o estrelato com outro supergalã, Tatsuya Nakadai.

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