São Paulo, Quinta-feira, 01 de Abril de 1999
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TEATRO
Nicette Bruno e Sueli Franco dividem estatueta de melhor atriz; monólogo "Cartas de Rodez" fatura dois troféus
11 º Prêmio Shell tem noite de surpresas

GILBERTO DE ABREU
free-lance para a Folha

A cerimônia de entrega do 11º Prêmio Shell para o teatro brasileiro aos melhores do ano de 1998, realizada anteontem no hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, foi marcada por um fato inédito e uma grande surpresa.
Pela primeira vez na história do evento, o júri decidiu premiar duas concorrentes da mesma categoria. Nicette Bruno e Sueli Franco dividiram a estatueta de melhor atriz por seus desempenhos no espetáculo ""Somos Irmãs".
A surpresa ficou por conta da dupla premiação do monólogo ""Cartas de Rodez", que rendeu ao casal Stephane Brodt e Ana Teixeira os prêmios de melhor ator e melhor direção.
""Estou surpresa! Tivemos muitas dificuldades na produção desta peça e o fato de termos sido duplamente premiados é gratificante. O teatro é pobre antes de tudo, mas não precisa ser miserável", disse a diretora.
""Cartas de Rodez", apresentado no Rio no diminuto auditório do hospital psiquiátrico Phillipe Pinel, cumprirá temporada de seis apresentações no Sesc Consolação, em São Paulo, na próxima semana, entre os dias 7 e 11 de abril.
A cerimônia de premiação do 11º Prêmio Shell, que reuniu cerca de 200 convidados, entre atores, produtores e diretores, foi apresentada com desenvoltura pelo ator Paulo Goulart.
Estiveram presentes na cerimônia os atores Ary Fontoura, Edwin Luisi, Guilherme Karam, Carlos Zara, Eva Wilma, Zezé Polessa, Deborah Evelyn, Cristiane Torloni, Analu Prestes, Lucinha Lins e Letícia Sabatella, entre outros.
Ao anunciar as concorrentes ao prêmio de melhor atriz, entre as quais estava sua mulher, Nicette Bruno, Goulart comparou-se à atriz italiana Sophia Loren, numa alusão ao último Oscar, quando ela passou às mãos do também italiano Roberto Benigni a estatueta de melhor ator.

Novas categorias
Simone Guimarães, coordenadora de investimentos sociais da Shell -cargo que durante duas décadas pertenceu a João Madeira- disse à Folha que o Prêmio Shell do ano que vem deverá ter uma nova categoria: melhor espetáculo.
""Concorrerão ao prêmio as quatro melhores montagens encenadas neste ano. Esta é mais uma maneira de endossar a qualidade do trabalho desenvolvido pela classe teatral brasileira", afirmou Simone.
O crítico de teatro Lionel Fisher -que integra o júri carioca juntamente com Aracy Cardoso, Bernardo Jablonsky, Fabiana Valor e Maria Fernanda Meirelles- revelou que também é cogitada a criação dos prêmios de melhor ator e atriz coadjuvantes.


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