São Paulo, Quinta-feira, 01 de Abril de 1999
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HQ
História, que já havia sido publicada em 1988 e em 1991, é centrada no Coringa, o inimigo número 1 de Batman
Abril lança "A Piada Mortal" pela 3ª vez

ALEXANDRE MARON
da Reportagem Local

"Só é preciso um dia ruim para reduzir o mais são dos homens a um lunático".Coringa, em "A Piada Mortal", de Alan Moore.

Quem procurar por uma história do Batman em "A Piada Mortal", que a Abril Jovem relança sugestivamente neste 1º de abril, vai se surpreender. Na verdade, a revista narra um conto protagonizado pelo vilão número um do homem-morcego: o Coringa.
A edição sofreu uma espécie de recauchutagem e é superior à original, produzida há 11 anos. Apresenta capa cartonada e papel de gramatura maior.
Para fãs de brindes, a editora preparou três cartões postais encartados. Para ter todos, o colecionador precisa comprar três exemplares.
Nesta história, já editada no Brasil em 1988 e relançada em 1991, o Coringa quer provar que a distância entre ele e qualquer outro ser humano tido como são é apenas um dia em que tudo dá errado. Uma sequência de eventos ruins.
Para provar sua tese, ele foge da prisão e comete uma série de atrocidades, tornando a vida do comissário Gordon, um dos principais personagens coadjuvantes da mitologia de Batman, um verdadeiro inferno.
Assim, ele não hesita em atirar na filha do comissário, Barbara Gordon, que é também a heroína Batgirl, deixando-a paraplégica. Isso tudo acontece enquanto Batman está tentando encontrar uma forma de melhorar o seu relacionamento com o inimigo antes que os dois acabem se matando.
Em meio ao caos, o leitor conhece uma possível origem do Coringa. Possível, porque é contada por ele, que admite que nem sempre se lembra das coisas com precisão.
"A Piada Mortal" é uma conjugação de raros talentos da HQ. O roteiro é de Alan Moore, autor de "Watchmen" (também republicada no Brasil pela Abril Jovem), e os desenhos do britânico Brian Bolland, conhecido pelas capas de revistas do selo adulto Vertigo.
Essa revista faz parte de um movimento da editora norte-americana DC Comics (que publica o Super-Homem) para dar nova vida aos seus personagens na segunda metade dos anos 80. Como a DC se consolidara como a segunda colocada no mercado de quadrinhos norte-americanos, estava disposta a correr riscos para conquistar a atenção do leitor.
"Piada" é também um marco na trajetória de Moore. Em 1988, foi anunciada como a sua última história em quadrinhos de super-heróis. Moore brigou com a DC Comics porque queria os direitos sobre os personagens que criara para a série "Watchmen".
Como a editora não realizou seu desejo, Moore criou seu próprio selo de HQs, o Mad Love. Mas sua nova editora fracassou.
Agora, Moore trabalha para o estúdio Wildstorm, que pertence ao antigo desafeto do autor, a DC Comics, e ele está escrevendo super-heróis novamente. Uma linha de personagens foi lançada no mês passado, mas os direitos pertencem finalmente ao autor.

Revista: A Piada Mortal
Autores: Alan Moore (texto) e Brian Bolland (arte)
Lançamento: Abril Jovem
Quanto: R$ 4,50 (48 págs.)



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