CARLOS ADRIANO
especial para a Folha, em Toronto

Como o próprio nome indica, o Hot Docs, Festival Internacional de Documentários do Canadá, que começa hoje e vai até domingo, tem uma concepção bem sacada e quentíssima.
Serão exibidos 80 filmes e vídeos, do que há de mais excitante, criativo e ousado nesse campo. O festival reflete a complexidade de valores e estruturas do documentário e do mundo. Como diz o programador Marc Glassman, "a verdade realmente é mais estranha que a ficção".
O centro das atividades do Hot Docs está em Little Italy, animado bairro de Toronto. Além do Fórum de Documentários, simpósios e um workshop sobre HDTV, há o Lifetime Achievement Award, que coroa a realização de uma vida dedicada ao cinema, com tributos a D. A. Pennebaker e Chris Hegedus.
O Programa de Indicados Canadenses traz 47 filmes, entre eles: "Vinyl", de Alan Zweig; "Visionários", de Carlos Ferrand; "A Genética Tomou o Poder ou Comida Mutante" de Karl Parent e Louise Vandelao; "Orgasmo", de Sam Linton; "Histórias de Estrada para a Carne do Futuro", de Lewis Cohen.
Na seção internacional, estão "O Evangelho Segundo Papuas", de Thomas Bolmes; "Eu Era Trabalhador Escravo", de Luke Holland; "Muratti e Sarotti: A História da Animação Alemã", de Gerd Gockell; "Estados Nus", de Arlene Donnelly.
Em "Estrada da Fraternidade e da Unidade", Maja Weiss revê um grande feito do líder comunista Tito, que ligou a Iugoslávia nos anos 40.
Em "Valsa da Noite: A Música de Paul Bowles", Owsley Brown revela que o escritor começou como compositor, musicando o teatro de Tennessee Williams e Orson Welles, óperas, balés e filmes.
A Vitrina Internacional é uma "série conceitual e exigente de projeções de gala", apresentando "documentários afiados e inventivos, provocantes e desafiadores". Foram 438 inscritos e apenas 23 selecionados (11 longas, 12 médias e curtas).