São Paulo, segunda-feira, 01 de maio de 2000


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TELEVISÃO

Casal mostra que "JN" tem redação

TELMO MARTINO
Colunista da Folha

Nem sempre Guel Arraes pode ser Guel Arraes. E o diretor é menos brilhante quando esbarra em um empecilho no seu caminho. Isto é, Regina Casé. O tempo em que ela poderia usar sua juventude desaforada e escrachada está esgotado pelo apito de todos os juízes.
Basta aparecer Regina Casé no vídeo que não existe Guel Arraes que dê jeito. É melhor apertar todos os botões que garantam a distância dessa "mulher-muvuca", que uma vez despejada saiu por aí para assustar quem sai de casa ou nela fica para ver televisão. É o terror pelo terror.
Pessoas assim, como a "mulher-muvuca" -que procura qualquer rostinho bonito que não tenha compromisso com as telenovelas- , se espicham até os Ibopes gritarem: "Porca miséria!" Isso passa a ser resolvido pela disposição de Fátima Bernardes de querer ser novidadeira (com o maridinho ao lado) no telejornal dos dois.
Provocando um muxoxo da Lillian Witte Fibe, o casal das oito e pouco quis mostrar para o mundo que o "Jornal Nacional" mudou e tem redação. Ou, mais ou menos, que os ricos e bonitos que falam não são os quase pobres que escrevem ou garantem as imagens.
Enquanto a apresentadora escolheu um vestidinho de cetim para fazer o cor-de-rosa ser brilhante e o apresentador quis uma camisa azulíssima para se acomodar no escuro de terno próximo do marrom, a ralé da redação vestia qualquer coisa. Até camiseta branca.
Mas isso só no princípio. Durante o desfilar das notícias, o fundo tinha um azul também forte ou qualquer outro tom que acariciasse os apresentadores. As notícias eram rotineiras. O prefeito (outro?) de Londrina foi preso, mas tomou destino desconhecido.
Parem tudo, que o intervalo se aproxima. A grua sobe para uma nova visão das abelhinhas laboriosas da redação, sempre em seu terrível anonimato, serem incluídas num "long shot" e o casal noticioso ser visto em sua mesa de plástico enriquecido e aço cromado.
A grande imagem do jornal em suas reportagens foi a dos 500 anos da Primeira Missa, sem a caravela do Cabral. Não existe mais piada de português. O que eles inventaram há 500 anos, os brasileiros do 2.000 não conseguem copiar.
Chegou a vez de o William Bonner ganhar um novo fundo quase concretista. Tudo para os noticiosos. Nada até para os correspondentes. A Ana Paula Padrão nem precisa. Sua imagem vinda de Nova York tem todas as elegâncias do Upper East Side.
Coitado é do Edney Silvestre. Sempre afobado com uma mecha sempre branca num topete tipo crista. Deve ser algum cocoricó do West Village. Close no belo Bonner. Close na bela Fátima e muita grua para enaltecer os bravos e valorosos operários das notícias.


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