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TELEVISÃO
Casal mostra que "JN" tem redação
TELMO MARTINO
Colunista da Folha
Nem sempre Guel Arraes pode
ser Guel Arraes. E o diretor é menos brilhante quando esbarra em
um empecilho no seu caminho.
Isto é, Regina Casé. O tempo em
que ela poderia usar sua juventude desaforada e escrachada está
esgotado pelo apito de todos os
juízes.
Basta aparecer Regina Casé no
vídeo que não existe Guel Arraes
que dê jeito. É melhor apertar todos os botões que garantam a distância dessa "mulher-muvuca",
que uma vez despejada saiu por
aí para assustar quem sai de casa
ou nela fica para ver televisão. É o
terror pelo terror.
Pessoas assim, como a "mulher-muvuca" -que procura qualquer rostinho bonito que não tenha compromisso com as telenovelas- , se espicham até os Ibopes gritarem: "Porca miséria!" Isso passa a ser resolvido pela disposição de Fátima Bernardes de
querer ser novidadeira (com o
maridinho ao lado) no telejornal
dos dois.
Provocando um muxoxo da Lillian Witte Fibe, o casal das oito e
pouco quis mostrar para o mundo que o "Jornal Nacional" mudou e tem redação. Ou, mais ou
menos, que os ricos e bonitos que
falam não são os quase pobres
que escrevem ou garantem as
imagens.
Enquanto a apresentadora escolheu um vestidinho de cetim
para fazer o cor-de-rosa ser brilhante e o apresentador quis uma
camisa azulíssima para se acomodar no escuro de terno próximo do marrom, a ralé da redação
vestia qualquer coisa. Até camiseta branca.
Mas isso só no princípio. Durante o desfilar das notícias, o
fundo tinha um azul também forte ou qualquer outro tom que
acariciasse os apresentadores. As
notícias eram rotineiras. O prefeito (outro?) de Londrina foi preso,
mas tomou destino desconhecido.
Parem tudo, que o intervalo se
aproxima. A grua sobe para uma
nova visão das abelhinhas laboriosas da redação, sempre em seu
terrível anonimato, serem incluídas num "long shot" e o casal noticioso ser visto em sua mesa de
plástico enriquecido e aço cromado.
A grande imagem do jornal em
suas reportagens foi a dos 500
anos da Primeira Missa, sem a
caravela do Cabral. Não existe
mais piada de português. O que
eles inventaram há 500 anos, os
brasileiros do 2.000 não conseguem copiar.
Chegou a vez de o William Bonner ganhar um novo fundo quase
concretista. Tudo para os noticiosos. Nada até para os correspondentes. A Ana Paula Padrão nem
precisa. Sua imagem vinda de
Nova York tem todas as elegâncias do Upper East Side.
Coitado é do Edney Silvestre.
Sempre afobado com uma mecha
sempre branca num topete tipo
crista. Deve ser algum cocoricó do
West Village. Close no belo Bonner. Close na bela Fátima e muita
grua para enaltecer os bravos e
valorosos operários das notícias.
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