DO ENVIADO A PORTO ALEGRE

Carlos Gerbase, que levou três anos do roteiro à finalização de seu longa "Tolerância", vive agora, com "O Comprador de Fazendas", a experiência oposta: o ritmo alucinante da TV.
O curta, que será um dos episódios de "Brava Gente Brasileira", segue o esquema da série: o conto de Monteiro Lobato foi escolhido em janeiro, roteirizado em 15 dias, rodado em uma semana e vai ao ar em maio.
A produção é da Casa de Cinema, o que permite a Gerbase "trabalhar em casa".
O roteiro foi escrito por Jorge Furtado e Gerbase, a produção executiva é de Luciana Tomasi (mulher de Gerbase) e Nora Goulart (mulher de Furtado), e a montagem é de Giba Assis Brasil (marido de Ana Azevedo). Os seis são sócios na Casa de Cinema.
O conto de Lobato narra a história de um malandro que vai de fazenda em fazenda passando-se por comprador, para usufruir da hospitalidade dos proprietários.
Na versão de Gerbase, o malandro (Bruno Garcia) se diz cineasta em busca de locações.
Ele encontra um casal de proprietários (Marco Nanini e Lucia Alves) que quer lhe passar a perna vendendo uma fazenda em ruínas como se fosse próspera.
Eles "maquiam" a propriedade: penduram frutas de supermercado nas árvores, compram ovos para pôr no galinheiro etc..
O filme foi rodado em HDTV (vídeo de alta definição) às margens do Guaíba, a 40 minutos de Porto Alegre, numa magnífica fazenda que foi do empresário da imprensa Caldas Júnior e que hoje parece de fato abandonada.
"Com o HDTV, fita rodando não é custo. Posso fechar no Nanini -um ator muito criativo- durante vários minutos, aproveitando tudo o que ele puder me dar", disse Gerbase à Folha, durante as filmagens. "É uma das primeiras produções brasileiras de ficção nesse formato."
O papel vivido por Nanini foi de Procópio Ferreira na primeira versão do conto para o cinema, dirigida por Alberto Pieralisi. Gerbase diz que não a viu "para não ser influenciado".
(JGC)



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