São Paulo, terça-feira, 01 de maio de 2001

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Vão separa movimento brasileiro

VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Um vão separa os profissionais de cinema e televisão norte-americanos dos brasileiros, quanto à mobilização, às condições do mercado e às próprias reivindicações que fazem.
"O nível de entendimento nos Estados Unidos é um requinte", compara a atriz Luah Guimarães, que está em cartaz em São Paulo com a peça "A Noite dos Assassinos" e integra o movimento Arte contra a Barbárie, criado em 1999 para discutir, entre outros pontos, as políticas públicas de incentivo à cultura.
Para a diretora-presidente do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões no Estado de São Paulo, Lígia de Paula Souza, 55, a mobilização norte-americana "é um exemplo muito bom a ser seguido". Mas ela diz: "Não estamos com essa força toda para parar".
O movimento de atores brasileiros Caras do Reclame, que surgiu em São Paulo em agosto do ano passado, sublinha o distanciamento quanto às próprias reivindicações.
"Somos solidários, é claro, mas não temos nada a ver com eles, que já tratam de direitos que o mercado daqui não quer tocar nem em pensamento", diz o ator Eduardo Semerjian, 35 (do espetáculo "O Fingidor"), um dos responsáveis pela coordenação do movimento paulista.
"Enquanto a principal briga dos artistas norte-americanos é por resíduos, por direitos de inserção de imagens, a gente começa a reivindicar o mero cumprimento do que já é estabelecido em lei", afirma Semerjian.
As reivindicações do Caras do Reclame, que está se constituindo como associação, se concentram na produção de comerciais de televisão -a exemplo do que levou as organizações de atores norte-americanos, no ano passado, à paralisação mais longa da história de Hollywood, com reflexos no movimento atual.



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