|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Vão separa movimento brasileiro
VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Um vão separa os profissionais
de cinema e televisão norte-americanos dos brasileiros, quanto à
mobilização, às condições do
mercado e às próprias reivindicações que fazem.
"O nível de entendimento nos
Estados Unidos é um requinte",
compara a atriz Luah Guimarães,
que está em cartaz em São Paulo
com a peça "A Noite dos Assassinos" e integra o movimento Arte
contra a Barbárie, criado em 1999
para discutir, entre outros pontos,
as políticas públicas de incentivo
à cultura.
Para a diretora-presidente do
Sindicato dos Artistas e Técnicos
em Espetáculos de Diversões no
Estado de São Paulo, Lígia de Paula Souza, 55, a mobilização norte-americana "é um exemplo muito
bom a ser seguido". Mas ela diz:
"Não estamos com essa força toda
para parar".
O movimento de atores brasileiros Caras do Reclame, que surgiu
em São Paulo em agosto do ano
passado, sublinha o distanciamento quanto às próprias reivindicações.
"Somos solidários, é claro, mas
não temos nada a ver com eles,
que já tratam de direitos que o
mercado daqui não quer tocar
nem em pensamento", diz o ator
Eduardo Semerjian, 35 (do espetáculo "O Fingidor"), um dos responsáveis pela coordenação do
movimento paulista.
"Enquanto a principal briga dos
artistas norte-americanos é por
resíduos, por direitos de inserção
de imagens, a gente começa a reivindicar o mero cumprimento do
que já é estabelecido em lei", afirma Semerjian.
As reivindicações do Caras do
Reclame, que está se constituindo
como associação, se concentram
na produção de comerciais de televisão -a exemplo do que levou
as organizações de atores norte-americanos, no ano passado, à
paralisação mais longa da história
de Hollywood, com reflexos no
movimento atual.
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Maria Clara Machado morre no Rio Índice
|