|
Texto Anterior | Índice
Fundadora do Tablado, escritora inovou o teatro infantil
MARIA EDUARDA GUIMARÃES
DO BANCO DE DADOS
A autora Maria Clara Machado
é sinônimo de teatro infantil no
Brasil. Fundadora do grupo de
teatro Tablado, é responsável por
vários clássicos da dramaturgia
infanto-juvenil.
Filha do escritor Aníbal Machado, Maria Clara nasceu em Belo
Horizonte (MG) em 1921 e foi
criada no Rio de Janeiro, para onde a família mudou em 1925.
Seu primeiro contato com o palco foi com o teatro de bonecos
que criou e dirigiu durante cinco
anos. Essa experiência foi relatada
no livro "Como Fazer Teatrinho
de Bonecos".
Em 1950, recebeu uma bolsa do
governo francês para estudar teatro em Paris. Em seguida, recebeu
uma bolsa da Unesco para estudar em Londres e, em 1952, retornou a Paris para frequentar o curso do mímico Etienne Décroux.
Fundou, no Rio, em outubro de
1951, ao lado Martim Gonçalves,
Eddy Cintra Resende e outros
amigos, o grupo experimental Tablado, inicialmente um grupo de
teatro adulto, mas que se transformou no responsável por uma série de inovações no teatro infantil
brasileiro.
O Tablado foi também o local de
formação de muitos atores, entre
eles Cláudio Correa e Castro, Rubens Correa, Louise Cardoso, Malu Mader e Fernanda Torres, além
de formar figurinistas, cenógrafos, iluminadores etc.
"Pluft"
Autora de mais de 30 peças infantis, o maior sucesso de Maria
Clara foi "Pluft, o Fantasminha",
de 1955, com montagens em vários países.
Outros sucessos foram: "O Rapto das Cebolinhas", "A Bruxinha
que Era Boa", "O Cavalinho
Azul", "A Menina e o Vento" e "A
Coruja Sofia".
Fundou a revista "Cadernos de
Teatro", em 1956, publicação trimestral sobre teatro.
Maria Clara foi também, ainda
que indiretamente, a responsável
por uma das mais famosas obras
da dramaturgia brasileira: ela pediu ao seu amigo João Cabral de
Melo Neto que escrevesse um auto de Natal, ele produziu "O Auto
de Natal Pernambucano, Vida e
Morte Severina".
Como atriz, Maria Clara atuou
em várias peças, a última delas em
1981, quando substituiu a atriz
Henriette Morineau em "Ensina-me a Viver".
Entre os prêmios que recebeu,
destacam-se dois Prêmios Molière -1968 e 1981-, o Prêmio Machado de Assis, concedido pela
ABL (Academia Brasileira de Letras), em 1991, e o Prêmio Shell de
2000 por sua contribuição ao teatro nacional.
Texto Anterior: Maria Clara Machado morre no Rio Índice
|