São Paulo, terça-feira, 01 de maio de 2001

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Fundadora do Tablado, escritora inovou o teatro infantil

MARIA EDUARDA GUIMARÃES
DO BANCO DE DADOS

A autora Maria Clara Machado é sinônimo de teatro infantil no Brasil. Fundadora do grupo de teatro Tablado, é responsável por vários clássicos da dramaturgia infanto-juvenil.
Filha do escritor Aníbal Machado, Maria Clara nasceu em Belo Horizonte (MG) em 1921 e foi criada no Rio de Janeiro, para onde a família mudou em 1925.
Seu primeiro contato com o palco foi com o teatro de bonecos que criou e dirigiu durante cinco anos. Essa experiência foi relatada no livro "Como Fazer Teatrinho de Bonecos".
Em 1950, recebeu uma bolsa do governo francês para estudar teatro em Paris. Em seguida, recebeu uma bolsa da Unesco para estudar em Londres e, em 1952, retornou a Paris para frequentar o curso do mímico Etienne Décroux.
Fundou, no Rio, em outubro de 1951, ao lado Martim Gonçalves, Eddy Cintra Resende e outros amigos, o grupo experimental Tablado, inicialmente um grupo de teatro adulto, mas que se transformou no responsável por uma série de inovações no teatro infantil brasileiro.
O Tablado foi também o local de formação de muitos atores, entre eles Cláudio Correa e Castro, Rubens Correa, Louise Cardoso, Malu Mader e Fernanda Torres, além de formar figurinistas, cenógrafos, iluminadores etc.

"Pluft"
Autora de mais de 30 peças infantis, o maior sucesso de Maria Clara foi "Pluft, o Fantasminha", de 1955, com montagens em vários países.
Outros sucessos foram: "O Rapto das Cebolinhas", "A Bruxinha que Era Boa", "O Cavalinho Azul", "A Menina e o Vento" e "A Coruja Sofia".
Fundou a revista "Cadernos de Teatro", em 1956, publicação trimestral sobre teatro.
Maria Clara foi também, ainda que indiretamente, a responsável por uma das mais famosas obras da dramaturgia brasileira: ela pediu ao seu amigo João Cabral de Melo Neto que escrevesse um auto de Natal, ele produziu "O Auto de Natal Pernambucano, Vida e Morte Severina".
Como atriz, Maria Clara atuou em várias peças, a última delas em 1981, quando substituiu a atriz Henriette Morineau em "Ensina-me a Viver".
Entre os prêmios que recebeu, destacam-se dois Prêmios Molière -1968 e 1981-, o Prêmio Machado de Assis, concedido pela ABL (Academia Brasileira de Letras), em 1991, e o Prêmio Shell de 2000 por sua contribuição ao teatro nacional.



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