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CRÍTICA
Ator quase salva produção fraca
SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK
Em vez de ficar apertando a
mão do presidente FHC e fazer turismo, o ator Morgan Freeman poderia ter aproveitado sua
visita ao Brasil na semana passada
para explicar por que aceitou fazer um filme tão medíocre quanto
"Crimes em Primeiro Grau".
É o tipo de cinema "viu um, viu
todos", já que aproveita os clichês
do gênero, só mudando nome e
profissão dos personagens. Este
chega ao cúmulo do caradurismo
de usar a mesma dupla (Freeman
+ Ashley Judd) de thriller parecido, "Beijos que Matam" (97).
O pior é que o diretor não é de
jogar fora: é de Carl Franklin o interessante noir "O Diabo Veste
Azul" (95), com Denzel Washington. Aqui, porém, ele perde a mão
ou a usa com preguiça.
Ao ver o marido (James Caviezel), um ex-mariner enrustido, ser
levado preso e acusado de liderar
um massacre de civis em El Salvador nos anos 80, advogada de sucesso (Judd) larga tudo para defendê-lo na Justiça Militar.
Para tanto, vai contar com a ajuda de um rábula decadente (Freeman), um soldado inexperiente
(ninguém que valha a pena citar)
e sua irmã "louquinha" (Amanda
Peet, que está virando a Parker
Posey de sua geração).
No meio, o filme dá uma virada
no enredo tão batida que deveria
ser catalogada de "virada nš 65".
A dez minutos do final, acontece
outra virada, desta vez a "nš 73/
A". Lá se foram seus R$ 10.
Por que a obra merece a solitária estrela na avaliação abaixo e eu
perco tempo escrevendo sobre
ela? Exatamente pela presença de
Freeman, um dos melhores e
mais subestimados atores (negros
ou não) de Hollywood, um Gene
Hackman afro-americano.
Seu falso alcoólatra arrependido
dá a densidade que falta ao resto
de "Crimes" e é responsável pelo
pouco interesse que você vai ter
na trama. Chega a compensar a
falta de química que há entre todo
o elenco e a (bonita, mas fraca) estrela, Ashley Judd.
Crimes em Primeiro Grau
High Crimes
Direção: Carl Franklin
Produção: EUA, 2001
Com: Morgan Freeman, Ashley Judd
Quando: a partir de hoje nos cines Metrô
Santa Cruz, Marabá, Paulista e circuito
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