|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TELEVISÃO
Drama de viciada em drogas e primeiro encontro entre clone e clonado dão pico de 65 à trama das oito da Globo
Crise de abstinência dá recorde a novela
DA REPORTAGEM LOCAL
O drama de uma personagem
envolvida com drogas, assunto tabu para a televisão, e o primeiro
encontro entre um clone humano
e clonado deram à novela das oito
da Globo recorde de audiência.
"O Clone", de Glória Perez, alcançou anteontem média de 56
pontos e pico de 65, às 22h08 e às
22h15. Isso significa mais de 3 milhões de domicílios da Grande
São Paulo sintonizados na Globo.
Nos dois horários de pico, a novela mostrava uma crise de abstinência e a internação de Mel (Débora Falabella), viciada em cocaína, e a cena em que Lucas conhece seu clone, Léo (ambos interpretados por Murilo Benício).
A trama já é recorde da "Era
Marluce" (Dias da Silva, diretora-geral da Globo desde 1998). Seus
180 primeiros capítulos deram
média de 45 pontos. Ultrapassa a
média dos 180 primeiros episódios de "Terra Nostra", "Laços de
Família" e "Porto dos Milagres",
que deram 44 pontos, de "Torre
de Babel", com 43, "Por Amor",
42, e "Suave Veneno", 38.
A abordagem do problema com
as drogas sempre foi tabu para a
teledramaturgia. Normalmente,
os autores evitam tratar da questão ou, pelo menos, não a colocam no centro da trama.
Em "O Clone", segundo pesquisa qualitativa realizada pela emissora, as drogas estão entre os três
pontos que sustentam o ibope alto. Os outros dois são a cultura
muçulmana e a clonagem.
O telespectador avalia que a
"novela cumpre papel fundamental ao tratar do tema". Observa
ainda que a trama não evita mostrar o prazer do uso da droga, mas
dá foco aos prejuízos que causa.
Há, segundo a pesquisa, interesse pelo islamismo, principalmente depois dos ataques terroristas
aos EUA, em 11 de setembro, pouco menos de um mês antes da estréia de "O Clone". É muito interessado nas questões religiosas,
mas gosta, principalmente, de ver
as danças, festas e jóias.
Com a pesquisa na mão, Glória
Perez concentrou esforços nos
três eixos básicos da audiência para o capítulo de segunda-feira.
No núcleo islâmico, responsável
pelo humor da trama, a autora armou uma partida de futebol feminino em que as mulheres do Marrocos jogaram, de vestido e véu,
contra as brasileiras. No núcleo
dos viciados, levou Mel ao fundo
do poço, com crise de abstinência
e internação. E realizou o tão esperado encontro entre o clone e
seu clonado. Alguma dúvida de
que seria um estouro na audiência?
(LAURA MATTOS)
Texto Anterior: Livros: Escritora e editora ensina a publicar obras na Bienal Próximo Texto: José Simão Índice
|