São Paulo, sábado, 01 de maio de 2004

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FILMES

TV ABERTA

Pantera atinge seu ápice em "Um Tiro no Escuro"

Tudo por uma Esmeralda
Globo, 16h15.
    
(Romancing the Stone). EUA, 1984, 105 min. Direção: Robert Zemeckis. Com: Michael Douglas, Kathleen Turner. Kathleen é a fantasiosa romancista em busca de amor. Enquanto busca a irmã seqüestrada, ela se verá no caminho da aventura e ao seu lado estará um homem que ela não acha nem de longe que seja de jogar fora. Ótima matinê.

Terremoto em Nova Iorque
Record, 22h45.
 
(Earthquake in New York). Canadá, 1998, 92 min. Direção: Terry Ingram. Com Greg Evigan, Cynthia Gibb. Família que mora em Los Angeles vive traumatizada devido a morte de um filho em terremoto. Anos depois do acidente, à espera de um novo rebento, novo terremoto ameaça acontecer.

Olhos Famintos
Globo, 23h.
  
(Jeepers Cleepers). EUA, 2001, 89 min. Direção: Victor Salva. Com Gina Philips, Justin Long. Ao voltarem para casa, jovens irmãos deparam-se com estranhos acontecimentos. Que, com o tempo, mostrar-se-ão terríveis. Produção de Francis Coppola para diretor de filmes de terror tido como acima da média. Os fãs devem conferir. Inédito.

Um Tiro no Escuro
SBT, 23h45.
   
(A Shot in the Dark). EUA, 1964. Direção: Blake Edwards. Com Peter Sellers, Elke Sommer, George Sanders. Segundo filme da série "A Pantera Cor-de-Rosa", esta produção traz o atrapalhado inspetor de polícia Clouseau tentando desvendar um caso de série de assassinatos no casarão de um milionário. Enquanto não conclui nada, ele se apaixona pela principal suspeita dos crimes.

Babe Ruth, a Lenda do Beisebol
SBT, 2h.
  
(Babe Ruth). EUA, 1996. Direção: Mark Tinker. Com Stephen Lang, Donald Mofat. Vida e obra de Babe Ruth, um dos maiores jogadores de beisebol dos EUA em todos os tempos. Mas o essencial, para o filme, é sua personalidade controversa.

A Sedução de Sara
Bandeirantes,2h.
 
(Romancing Sara). EUA, 1994, 84 min. Direção: Lawrence Unger. Com Bobby Allen, Taylor Caliban. Rapaz nos seus 20 anos e moça nos 30 conhecem-se na praia, sentem-se atraídos mutuamente e mandam bala. Raspa de tacho do erotismo.

Dois Tiras Infernais
Globo, 2h35.
  
(Downtown). EUA, 1990, 96 min. Direção: Richard Benjamin. Com Anthony Edwards, Forest Whitaker, Penelope Ann Miller. Depois que enquadra um figurão, policial é mandado para as calendas, trabalhar em distrito barra-pesada. Não será fácil se adaptar à situação, nem a seu novo colega (Whitaker), nesta comédia policial.

Moby Dick
SBT, 3h45.
  
Austrália/Inglaterra, 1998, 180 min. Direção: Franc Roddam. Com Patrick Stewart, Henry Thomas, Gregory Peck. Adaptação para TV do célebre romance de Herman Melville sobre a luta do capitão Ahab com a enorme baleia branca, sua obsessão. A história é dessas em que, mesmo o filme não sendo uma obra-prima, o espectador é levado por sua força. E Franc Roddam teve o bom senso de dar um papel a Gregory Peck, que fez Ahab no filme de 1956. (IA)

TV PAGA

"O Ano Passado em Marienbad" envelheceu mal

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Alguém diz que, quando "O Ano Passado em Marienbad" estreou em São Paulo, Jean-Claude Bernardet, o mais respeitado dos jovens críticos na cidade no começo dos anos 60, foi visto, após sair do cinema, sentado na calçada, chorando.
Nunca tirei a história a limpo. Mas é certo que a emoção de "Marienbad" em tempos idos era digna mesmo desse tipo de reação. Por que chorar? Talvez porque, a uma primeira abordagem, aquilo não parecesse compreensível. Talvez por conta do impacto estético do filme, que foi enorme. Talvez tudo tenha sido apenas a imaginação de alguém.
O fato é que o filme que Alain Resnais dirigiu a partir do roteiro de Alain Robbe-Grillet contraria tudo que se poderia esperar, naquela altura, em matéria de narrativa. E olha que era o tempo de todas as experiências narrativas, as godardianas e as antonionianas.
Mas Resnais saiu-se com a história de um estranho triângulo amoroso numa estação de águas. Logo de início, a câmera penetra pelos corredores e salões de um hotel, que a voz off descreve. Depois de muito andar, o mesmo discurso é assumido por um ator e percebemos que estamos em um teatro. Mas aí já não sabemos se estivemos sempre acompanhando a voz do ator no teatro, ou se a o ator assumiu o discurso da voz off.
Talvez seja pior: talvez a voz off seja de um ano, e o teatro, uma lembrança do ano passado, ou de qualquer outro ano. Os referenciais de tempo, e os de espaço por conseguinte, são amplamente subvertidos. De tal modo que quem quiser compreendê-lo racionalmente ("ah, isso aconteceu antes ou depois daquilo") vai se dar mal.
É como se o filme seguisse o fluxo de consciência de um amoroso: passado, presente, repetições, imagens-fetiche, tudo isso está lá.
Uma pena: a música ajudou o filme a envelhecer muito e mal.


O ANO PASSADO EM MARIENBAD.
Quando: hoje, às 22h, no Telecine Classic.



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