São Paulo, domingo, 01 de maio de 2011

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Mônica Bergamo

bergamo@folhasp.com.br

ABELHA RAINHA

Paula Toller comanda a volta do Kid Abelha e diz que fama de temperamental é elogio

Fotos Theo Marques/Folhapress
Paula se prepara para subir ao palco

Paula Toller, 48, chega cedo para a passagem de som do primeiro show de "Glitter de Principiante", a turnê de reencontro do Kid Abelha, no Teatro Guaíra, em Curitiba. Três anos depois de se dedicarem a carreiras solo, os integrantes do grupo (além dela, o saxofonista George Israel e o guitarrista Bruno Fortunato) se juntaram para um roteiro de apresentações e a gravação de um DVD que celebrará, no ano que vem, os 30 anos de criação da banda.

 

No próximo sábado, 7, eles tocam no Credicard Hall, em São Paulo. No dia 14, no Citibank Hall do Rio.

 

No Paraná, a ansiedade era grande. "Estou há três dias sem dormir", dizia Mauro Benzaquem, empresário da banda. "A Paula também. É a capitã da nave. Não quer conversa até ver que tem o show", afirmava à repórter Thais Bilenky.

 

O cenário encomendado não ficou pronto a tempo e a equipe teve que improvisar: instalou um painel de LED onde eram exibidas figuras de elefantes, letras de músicas e...Israel e Fortunato se mantinham relaxados. Já Paula gesticulava, inspecionava a mesa de som, conversava com os músicos, dava ordens à equipe.

 

A produtora Catia Dartora diz às assessoras de imprensa que Paula só queria fotos "descontraídas fake", aparentando espontaneidade, mas ensaiadas. Ficam todas tensas. Nem isso acontece: a cantora se tranca no camarim quase duas horas antes do show.

 

O guitarrista afirma que ele e o saxofonista cuidam "mais da parte instrumental". "A Paula quis ficar à frente do conceito. Estamos deixando ela à vontade."

 

Nos três anos em que tocou sua carreira solo, Paula descobriu que estava com diabetes. Em 2009, foi ao dermatologista e, por acaso, diagnosticou a doença. "Estava magra demais e o médico desconfiou. Foi um baque, mas agora já estou me adaptando, embora tenha que seguir uma rotina de alimentação e exercícios rígida, usar insulina", conta.

 

Pouco antes do show, ela deixa o camarim. Recebe elogios pelo visual, aos quais não responde. Um produtor aborda a cantora: o governador do Paraná, Beto Richa, está na plateia. Quer visitá-la depois do show. "Qual é o nome dele?", pergunta ela.

 

Com uivos de "Gostosa!", o público recepciona Paula e o Kid Abelha. Ela segue em sua performance. "Gosto que me admirem no palco, na TV. O Lui [Farias, seu marido], me dá o maior apoio. Fiquei muito mais bonita depois que me casei com ele", diz. Evita proximidade maior com os fãs. "Ela não gosta de flashes, nem que toquem nela. Dou logo um tabefe quando começam a abraçar", diz um de seus seguranças.

 

Numa apresentação em João Pessoa, nos anos 90, uma cozinheira invadiu o palco. Ao tentar se afastar, a cantora levou um arranhão no braço. Sangrando,interrompeu o show e foi ao Instituto Médico Legal fazer exame de corpo de delito. "Ficou buzinando por séculos. "Como você deixou essa maluca entrar?!'", diz o segurança.

 

No palco, Paula conta que a canção "Dizer Não É Dizer Sim" nasceu depois de seu psicanalista observar que suas letras começavam com negativas: "Não estou disposto...", "Nada sei...". À coluna, ela diz que "tinha muito problema com inspiração, era cheia de não me toques. Agora, se tenho que escrever, vou lá e escrevo".

 

O espetáculo acaba. Richa está a postos no camarim. Dá beijos nas bochechas da cantora. "Sou seu fã desde sempre." Ela não responde. Ele pede para tirar uma foto, mas a bateria da máquina acaba na hora errada. Fãs fazem fila na porta do teatro.

 

Quarenta minutos depois, a cantora dá o ar da graça. Senta-se no chão com os fãs por cinco minutos e posa para uma foto coletiva. Ilizandro Schmit, 28, trouxe CDs da banda, mas ela não os autografa. Passada a bagunça, ele percebe que sua câmera sumiu. "Não merecemos esse tratamento. É melhor vocês dizerem: "A Paula não vai atender. Vão embora, por favor". Aquela foto [coletiva] ninguém vai querer."

 

A cantora tem fama de temperamental. "É um elogio", rebate Paula Toller. "Eu me exijo muito, sofro com as coisas, não durmo se tem algo errado. Tenho o prazer de trabalhar com gente talentosa e que se compromete." Segundo seu empresário, o combinado dela é: "Eu não erro, você não erra. Ok?". Reservada, só sai com os amigos. "Não faço "presença de celebridade". Meu trabalho é com música."


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