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Bienal do Livro abre hoje para o público
Jorge Araújo/Folha Imagem
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Estande da editora Saraiva, na 15ª Bienal do Livro; o faturamento previsto para a feira é de R$ 75 milhões
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Editores criticam preços dos estandes e o evento anual que acontece em São Paulo a partir de 99
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BRUNO GARCEZ
free-lance para a Folha
Abre hoje para o público aquela
que promete ser a última e mais
controversa Bienal Internacional
do Livro de São Paulo. A partir de
1999, o evento será substituído por
uma feira anual - o Salão Internacional do Livro.
Em sua 15ª edição, a Bienal causou polêmica desde o momento da
venda de espaço para a montagem
dos estandes de livros.
Segundo Fernando Gasparian,
editor da Paz e Terra, o preço do
metro quadrado dos estandes sofreu um aumento abusivo.
Na Bienal de 96, o preço do metro quadrado à vista era de US$
120,08. Na Bienal de 98, os preços
subiram para US$ 205, para os que
se inscreveram apenas para a Bienal, e US$ 350, para quem pagasse
à vista pelo pacote que incluía
também o Salão do Livro.
Segundo Raul Wassermann, 2º
vice-presidente da CBL (Câmara
Brasileira do Livro), organizadora
do evento, existem vários motivos
para o aumento.
"A área de estandes da Bienal
cresceu em 5.000 metros quadrados. Pagamos as passagens de professores que participaram dos seminários do evento e, além disso,
nesta edição não contamos com
muitos dos patrocinadores que tínhamos em 96", afirma.
Outra polêmica diz respeito à
realização do Salão do Livro. Para
muitos editores, um evento anual
é excessivamente dispendioso e
prejudica a Bienal carioca.
"Sai muito caro participar de
duas feiras em um só ano. A mídia
que a Bienal do Rio atrai fica diluída. Os custos dobram, mas o nosso retorno institucional não", diz
Paulo Rocco, da editora Rocco.
Breno Lerner, diretor-geral da
Melhoramentos, se diz favorável à
feira anual de São Paulo, mas lamenta a coincidência de datas. O
evento carioca acontece entre 20
de abril e 2 de maio do ano que
vem, e a feira de São Paulo, de 29
de abril a 10 de maio.
Inicialmente, a Bienal do Rio
aconteceria em agosto. Com a decisão da CBL de promover um
evento anual em abril, antecipou-se a data. "Não fazia sentido
ter dois eventos internacionais
acontecendo no mesmo ano em
meses diferentes", diz Sérgio Machado, presidente do Sindicato
Nacional dos Editores de Livros.
A polêmica não deve, no entanto, prejudicar a Bienal de 98. Segundo os organizadores do evento, cerca de 1,2 milhão de pessoas
devem visitar a feira. Serão lançados mais de 2.000 títulos. Haverá,
ao todo, 815 expositores. O faturamento total do evento está previsto em R$ 75 milhões.
Um dos destaques da Bienal deverá ser a videoconferência com o
vencedor do Prêmio Nobel de Literatura de 97, o dramaturgo italiano Dario Fo, que acontece no
dia 6 de maio. Os interlocutores de
Dario Fo serão o escritor Márcio
Souza, o ator Sérgio Brito e o diretor Antônio Abujamra.
As atrações do evento são diversificadas. Quem se interessa por
esoterismo pode, no estande da
editora Universalista, fazer um
"diagnóstico bioenergético por
meio de clarividência".
Muitos títulos ligados ao misticismo estarão à venda na Bienal.
De acordo com o presidente da
CBL, Altair Brasil, os livros religiosos serão "vedetes da Bienal".
Segundo pesquisa feita pela câmara, a produção de livros religiosos
cresceu mais de 50% entre 96 e 97.
"São títulos que têm boa procura
porque podem ser vendidos tanto
em templos quanto em livrarias",
diz Raul Wassermann.
O quê: 15ª Bienal Internacional do Livro de
São Paulo
Onde: Expo Center Norte (r. José Bernardo
Pinto, 333, Vila Guilherme)
Quando: de hoje ao dia 10 de maio
Quanto: R$ 5 (adultos) e R$ 2,50
(estudantes)
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