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"Fausto' traz crise do
homem com o poder
especial para a Folha
O homem está em crise com o
poder. E o fim do milênio acentua
ainda mais essa pretensão de "ser
Deus", que habita o âmago de cada um. A avaliação é do diretor
Paulo Simões e do seu grupo, o
Núcleo Ânima de Teatro. E a prova vem com "Fausto", de Goethe, que entra em cartaz hoje.
Simões, 37, vê no texto de Goethe uma correspondência com os
tempos que correm. "A peça expõe o homem no seu universo microscópico; ele com os seus pequenos demônios", diz.
Mas a montagem não traz nenhum contágio com a realidade.
"É um trabalho nitidamente
atemporal, preso à história", explica o diretor. "As metáforas ficam por conta do espectador."
Na peça, Dr. Fausto (Fábio Zagui) está farto da ciência e busca
respostas nas forças ocultas e na
magia. O demônio, Mefistófeles
(Selma Egrei), aposta a alma do
incauto com Deus. Inicia-se aí a
longa jornada do homem, confrontando a si mesmo (fragilidade,
amor e, é claro, poder).
(VS)
Peça: Fausto
Autor: Goethe
Direção: Paulo Simões
Com: Maria Fernanda, Luque Daltrozo,
Bete Dorgam, Márcio Mehiel e outros
Onde: casarão da FAU/Maranhão (rua
Maranhão, 88, Higienópolis, tel.
011/257-7688)
Quando: estréia hoje, às 21h; sexta e
sábado, às 21h; domingo, às 20h
Quanto: R$ 15 (sexta e domingo) e R$ 20
(sábado)
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