São Paulo, quinta-feira, 01 de junho de 2000


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HANNOVER
Quase 200 países montaram pavilhões para o evento
Bem-vindos à Babel: começa hoje a Expo 2000

France Presse
Vista noturna do Pavilhão Japonês; ao fundo, a maior construção em forma de tenda indígena do mundo, em Hannover, Alemanha


RODRIGO LEITE
ESPECIAL PARA A FOLHA, DE BERLIM

Arte de todos os tipos, para todos os gostos, até para quem não quer saber de arte. Durante 153 dias em Hannover, Alemanha, a partir de hoje, músicos populares, orquestras, atores, bailarinos e DJs de cinco continentes vão participar da Exposição Universal do ano 2000.
O tema do evento é "Humanidade, Natureza e Tecnologia". Quase 200 países vão montar pavilhões para mostrar suas idéias sobre como reunir esses elementos e apresentar suas culturas para um público estimado em 46 milhões de pessoas.
A programação da Expo não se prende ao tema principal, mas tem uma forte tendência multicultural, a partir da abertura, quando haverá rituais e celebrações característicos de todo o mundo. O espetáculo será transmitido pela TV alemã para 1 bilhão de pessoas.
O Brasil entra no primeiro dia. Uma parceria do governo de Pernambuco com os organizadores vai levar o maracatu Estrela Brilhante, de Olinda, e o conjunto de frevo Tropicália, do Recife, para participar da festa de inauguração. Vários outros artistas do país se apresentam ao longo do período fora do calendário oficial, como parte da programação brasileira (veja quadro ao lado).
Foram quase dez anos preparando as atrações, e mesmo assim algumas ainda precisam ser confirmadas de última hora.
Há cerca de três anos, Hannover começou a passar por uma grande reforma e a receber atividades culturais preparatórias.
Uma orquestra foi criada e vai se apresentar ao lado de músicos populares, como Ray Charles e B. B. King. Filmes de mais de 70 países foram exibidos na cidade nos últimos anos. No próximo dia 20, Hannover recebe a estréia de "Gilgamesh", uma ópera de Volker David Kirchner composta a pedido da Expo 2000.
Para a cultura clássica alemã, a atração mais aguardada é a montagem do "Fausto", de Goethe, pelo diretor Peter Stein, que tem a estréia programada para 22 de julho. Nunca essa obra foi encenada inteira antes. O espetáculo dura 21 horas.
A Filarmônica de Berlim, uma das orquestras mais importantes do mundo, também vai se apresentar. Uma das noites mais curiosas será a do dia 22 de junho, quando os músicos, sob a regência de Kent Nagano, se juntarão aos roqueiros alemães do Scorpions. O tema musical oficial da feira é do grupo Kraftwerk, pioneiro do tecno alemão. A canção vai ser tocada em ônibus, na espera dos telefones da Expo 2000, em anúncios da TV e na página do evento na Internet.
Vários dias vão ser dedicados a reunir artistas pouco conhecidos. Numa noite de percussionistas (16/8), músicos da Suécia encontrarão colegas do Sri Lanka e do México. Em 20 de setembro, meninos cantores da favela da Rocinha (Rio) sobem ao palco com crianças da Finlândia, de Burkina Fasso e de outros países. Em outro programa, 70 pequenas orquestras de jovens estrangeiros vão encontrar 70 grupos alemães.
A Expo 2000 vai ocupar um terreno de 1,7 milhão de metros quadrados e terá quase 24 horas diárias de programação. Todos os dias, depois que o último pavilhão for fechado, uma casa noturna com pista de dança e bares para 4.000 pessoas estará funcionando até as 6h da manhã, para quem ainda tiver fôlego para a maratona cultural de Hannover.


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