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MÚSICA
Entre homenagens ao violonista, prêmio reúne convidados como Zeca Pagodinho e Marcelo D2 para cantar suas canções
Cinco anos da morte de Powell rendem poucos tributos
RONALDO EVANGELISTA
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
No próximo dia 26 de setembro,
serão cinco anos da morte de Baden Powell, violonista maior da
música brasileira. Também compositor, ele tem carreira e história
que atravessam eras e gêneros
-participou e deixou sua marca
em estilos como bossa nova, jazz,
samba-jazz, choro, erudito.
Para lembrar a data, Powell será
homenageada no terceiro Prêmio
TIM de Música, evento que acontece hoje no Rio e que será exibido
pela Rede Globo, em versão compacta, no próximo domingo, dia 5
de junho, às 23h40. O músico será
tema central da festa, inspirando
cenografia, textos, homenagens e
interpretações inéditas de músicas suas. Zeca Pagodinho (cantando "Formosa"), Ney Matogrosso e Pedro Luis e a Parede
("Canto de Ossanha") e Marcelo
D2 e Zélia Duncan ("Samba da
Bênção") são alguns dos convidados. Os filhos de Powell, Philippe
e Marcel, respectivamente pianista e violonista, também vão participar tocando músicas do pai.
"Todo mundo que toca violão
no Brasil tem que ter ouvido o Baden", comenta Marcel. "Cada um
em sua área, mas todos com influência dele. E, ao mesmo tempo,
ele fazia música pro povo cantar.
Composição tem que ter esse poder de ficar, alguém tem que gravar e o povo sair cantando -e as
músicas dele eram assim."
Em parceria principalmente
com Vinicius de Moraes ou Paulo
César Pinheiro, criou dezenas de
canções de sucesso, gravadas por
grandes nomes da MPB. Além da
carreira que desenvolveu no Brasil, Powell realizou inúmeras gravações na Europa, em países como França e Alemanha, onde fez
sucesso entre os anos 60 e 70.
Pelo tamanho e importância de
sua obra, e do que ainda é inédito
no Brasil, chega a ser espantosa a
pouca quantidade de homenagens planejadas para este ano.
Além do Prêmio TIM, Powell ganhou minúscula exposição na carioca Sala Baden Powell e ouvem-se notícias de especiais em canais
de TV na Europa. Quase nada.
Um bom lançamento indireto
de Powell está planejado para o
fim de junho, pela gravadora Biscoito Fino: ela planeja lançar no
Brasil o DVD do documentário
"Saravah", realizado em 1969 pelo
francês Pierre Barouh no Rio. Barouh gravou, em 1966, versão em
francês de "Samba da Benção"
para o filme "Um Homem e uma
Mulher". Três anos depois, veio
ao Brasil e filmou conversas, aulas, ensaios e apresentações de
músicos como Maria Bethânia,
Paulinho da Viola, Pixinguinha e,
principalmente, Baden Powell.
À parte o DVD, gravadora nenhuma no Brasil parece ter planos
para nosso mais importante violonista. "Em 50 anos de carreira,
Baden lançou 84 discos. Destes,
apenas 14 saíram no Brasil. Os outros 70, você só encontra importados da Europa", conta, com certa
tristeza, Silvia, viúva de Powell. "O
pior é que, se tivesse que sair aqui,
já teria saído. As gravadoras brasileiras não estão interessadas, música instrumental vende pouco. Se
alguém no Brasil quiser ouvir toda a carreira de Baden, simplesmente não pode. Mas, apesar desse descaso todo, não dá pra dizer
que Baden não tem reconhecimento no Brasil. Todo mundo sabe que o violão brasileiro se divide
em antes e depois dele."
O jornalista Ronaldo Evangelista viajou a convite da organização do Prêmio TIM
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