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Crítica
Fantasia é matéria-prima de "Oldboy"
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Eis aí um filme de que todo
mundo falou bem, o coreano
"Oldboy" (Telecine Premium,
22h), de Chan-wook Park, que
não me entusiasma. O título é o
segundo de uma trilogia iniciada em 2002 com "Sympathy
for Mr. Vengeance" e encerrada no ano passado com "Lady
Vengeance".
As pessoas que gostam são as
pessoas que gostam de histórias cheias de fantasia, o que
não é meu caso.
Ali, há um homem aprisionado durante 15 anos sem motivo
aparente. Depois, sua busca do
motivo que o levou a tal tortura. E a descoberta do motivo,
que é escabroso e engendra
ações violentíssimas.
Enfim, não é filme para alguém que acredita, como Roberto Rossellini, que a imaginação, no cinema, pode ser um
mal. Em vez de recolher as coisas que estão aí, no mundo, o
cineasta cria um mundo à parte, mais emocionante, talvez,
mas raramente tão verdadeiro.
Isso para dizer que a relação
com o cinema não é uma ciência (bom e mau absolutos, essas
coisas): são escolhas.
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