MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os filmes de zumbis andavam capengando até o britânico Danny Boyle (de "Trainspotting") ressuscitar o gênero com "Extermínio" (2002), dando agilidade inédita aos mortos-vivos. O enorme sucesso de bilheteria do longa levou, como de praxe, a uma continuação, que chega hoje aos cinemas brasileiros.
"Extermínio 2", produzido por Boyle e dirigido pelo espanhol Juan Carlos Fresnadillo (de "Intacto", 2001), 40, retoma o cenário inicial, um Reino Unido devastado por um vírus que transforma os contaminados em ágeis zumbis comedores de carne humana.
A história se passa 28 semanas após a catástrofe do primeiro filme (daí o título original, "28 Weeks Later"), quando Londres começa a ser reocupada pelos sobreviventes, apoiados pelo Exército americano. Don (o escocês Robert Carlyle, também de "Trainspotting") é um dos que voltam à cidade, onde reencontra seus filhos e tenta, como os demais, retomar a vida, abalada pela perda de familiares e amigos.
Evidente está que, se a vida seguisse normal, não teríamos seqüência, então não tardará até que o vírus que se pensava controlado volte a se espalhar e crie uma nova horda de zumbis.
Quem assistiu ao primeiro "Extermínio" sabe que uma continuação seria desnecessária, já que a idéia original se resolvia muito bem no inteligente roteiro de Alex Garland.
Mas desnecessário não quer dizer ruim, e Fresnadillo -co-autor do roteiro- mostra isso com um começo empolgante, marcado pela câmera nervosa e por um clima angustiante.
Só que, à medida que o filme se desenrola, fica nítido que ele, como as vítimas dos zumbis, não tem para onde correr: a originalidade ficou no longa anterior e tudo que temos aqui é mais do mesmo.
Quando chega ao fim -deixando espaço para mais uma seqüência-, "Extermínio 2" já virou apenas corre-corre e sangue aos jorros.
O que é mais do que suficiente para os fãs de filmes de zumbis, mas decepciona quem esperava uma obra do mesmo quilate de sua antecessora.