São Paulo, terça-feira, 01 de junho de 2010

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Artista Louise Bourgeois morre aos 98

A franco-americana se tornou uma escultora conhecida com obras que abordam sexo, nascimento e morte

Bourgeois fez o cartaz da 23ª Bienal de SP, onde exibiu a escultura "Aranha", hoje parte do acervo do MAM, em SP


ANDREA MURTA
DE WASHINGTON

A artista Louise Bourgeois, nascida na França e naturalizada norte-americana, uma das mais respeitadas escultoras do mundo, morreu ontem aos 98 anos no Centro Médico Beth Israel, em Manhattan (Nova York).
Ela estava internada desde a noite de sábado devido a um ataque cardíaco.
Bourgeois ficou conhecida por esculturas de aranhas gigantes e pela abordagem controversa sobre sexualidade, nascimento e morte.
Ela produziu até pouco antes de morrer. Finalizou trabalhos na semana passada, segundo a diretora de seu estúdio, Wendy Williams.
Ela não ganhou fama fora de um círculo especializado até passar dos 70 anos. Em 1982, o Museu de Arte Moderna de NY fez uma exposição exclusiva de sua carreira, tornando-a mais conhecida.
Para o crítico de arte Robert Hughes, Bourgeois era a "mãe da identidade feminina artística americana", cuja "influência em jovens artistas é enorme".
"Eu realmente quero preocupar as pessoas, incomodar as pessoas", disse ela ao "Washington Post" em 1984. "Se dizem incomodados pelas genitálias duplas de meu trabalho. Bem, isso me incomodou a vida inteira."
Bourgeois nasceu em Paris, em 1911, em uma família que se dedicava a restaurar tapeçarias. Mudou com o marido americano, o historiador de arte Robert Goldwater, para Nova York em 1938. Lá, concentrou-se em estudos artísticos.
Na década de 1940, Bourgeois passou a dedicar-se à escultura. Em 1955, se tornou cidadã americana.
"Maman" (1999), uma aranha de nove metros de altura, é um dos destaques de sua obra, exibida na Tate Modern, de Londres.
Outra peça, "Aranha", faz parte do acervo do Museu de Arte Moderna, no Ibirapuera, em São Paulo, em 1996. A obra foi exibida na 23ª Bienal de São Paulo, da qual ela fez o cartaz.
Bourgeois ganhou em 1997, das mãos do ex-presidente Bill Clinton, a Medalha Nacional de Arte dos EUA.
Viúva desde 1973, ela deixa dois filhos, dois netos e um bisneto. Um terceiro filho, Michel, morreu em 1990.


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