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MÚSICA
É a primeira retração no país desde 94; EUA têm o maior faturamento da sua história e ultrapassam a Europa
Mercado de discos no Brasil cai 14%
MARCELO NEGROMONTE
da Redação
1998 não foi um bom ano para a
indústria fonográfica brasileira.
Registrando aumentos significativos no seu faturamento desde 1994
(período em que passou de 13º para 6º maior mercado do mundo),
no ano passado o Brasil faturou
14% menos, em dólar, e consumiu
10% menos CDs, cassetes e singles,
em relação a 1997.
Os números constam do relatório anual da IFPI (Federação Internacional da Indústria Fonográfica), entidade que reúne mais de
1.300 gravadoras em 73 países, divulgados recentemente.
O Brasil, apesar do mau desempenho, atribuído pela indústria à
crise econômica, continua como
sexto maior mercado fonográfico
do mundo (veja quadro abaixo), o
que corresponde a 2,7% do total de
vendas.
Em 98, a indústria brasileira de
discos faturou US$ 1,055 bilhão,
contra US$ 1,199 bilhão em 97
(uma queda quase do tamanho
atual do mercado sul-coreano, de
US$ 153 milhões).
As vendas de CDs, cassetes e singles totalizaram 105,3 milhões de
unidades no Brasil (não houve
venda significativa de LPs em 98 e
97 no país, segundo relatório da
IFPI). Em 97, esse número era de
108,4 milhões de unidades.
O mercado mundial de música
faturou em 98 US$ 38,7 bilhões,
número pouco maior que os US$
38,5 bilhões faturados em 97, mas
inferior aos US$ 39,8 bilhões de 96,
ano de melhor desempenho da indústria fonográfica.
Em unidades, o número teve
uma pequena queda de 1% em relação a 97, ficando em 4,1 bilhão de
CDs, LPs, cassetes e singles vendidos no mundo.
Pela primeira vez em quatro
anos, os Estados Unidos, maior
mercado do mundo, venderam
mais música do que a Europa inteira (US$ 13,1 bilhões, contra US$
12,8 bilhões) no ano passado,
quando o país registrou o maior
faturamento da sua história.
Dessa maneira, depois de ser ultrapassada pela Europa em 96, a
América do Norte (Canadá e Estados Unidos) se consolida como a
região que mais consome música
no mundo, com 36,6% do mercado
global de vendas, enquanto a Europa fica com 33,2%.
O Japão, sozinho, é responsável
por 16,9% do total, o que corresponde a um mercado de US$ 6,5
bilhões em 98, o segundo maior do
mundo, apesar da retração de 4%
em relação a 97.
Uma retração que atingiu todos
os países asiáticos -exceto a Índia, cujo mercado cresceu 2% em
unidades vendidas, mas, ainda assim, caiu 10% em dólar-, reflexo
da crise que corroeu a economia
no continente no final de 97. Excetuando o Japão, a crise asiática foi
responsável pela queda de 30% em
dólar e 10% em unidades do comércio de música na região.
Paquistão, Coréia do Sul, Indonésia e Malásia foram os países que
registraram maior queda no faturamento, todos com índices igual
ou superior a 50% em relação a 97.
Formatos
Entre os formatos de música, o
CD foi o único que cresceu em 98.
Representando 65% do total (2,4
bilhões de unidades), contra 60%
em 97, cresceu na maioria das regiões do mundo, exceto Ásia e
Oriente Médio.
As vendas de fitas cassetes caíram em todo planeta e ficaram
com 1,3 bilhão de unidades vendidas em 98 (queda de 10%).
Singles (500 milhões de unidades) e LPs (20 milhões de unidades) venderam 11% e 12% menos,
respectivamente, em relação a 97.
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