São Paulo, Terça-feira, 01 de Junho de 1999
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MÚSICA
É a primeira retração no país desde 94; EUA têm o maior faturamento da sua história e ultrapassam a Europa
Mercado de discos no Brasil cai 14%

MARCELO NEGROMONTE
da Redação

1998 não foi um bom ano para a indústria fonográfica brasileira. Registrando aumentos significativos no seu faturamento desde 1994 (período em que passou de 13º para 6º maior mercado do mundo), no ano passado o Brasil faturou 14% menos, em dólar, e consumiu 10% menos CDs, cassetes e singles, em relação a 1997.
Os números constam do relatório anual da IFPI (Federação Internacional da Indústria Fonográfica), entidade que reúne mais de 1.300 gravadoras em 73 países, divulgados recentemente.
O Brasil, apesar do mau desempenho, atribuído pela indústria à crise econômica, continua como sexto maior mercado fonográfico do mundo (veja quadro abaixo), o que corresponde a 2,7% do total de vendas.
Em 98, a indústria brasileira de discos faturou US$ 1,055 bilhão, contra US$ 1,199 bilhão em 97 (uma queda quase do tamanho atual do mercado sul-coreano, de US$ 153 milhões).
As vendas de CDs, cassetes e singles totalizaram 105,3 milhões de unidades no Brasil (não houve venda significativa de LPs em 98 e 97 no país, segundo relatório da IFPI). Em 97, esse número era de 108,4 milhões de unidades.
O mercado mundial de música faturou em 98 US$ 38,7 bilhões, número pouco maior que os US$ 38,5 bilhões faturados em 97, mas inferior aos US$ 39,8 bilhões de 96, ano de melhor desempenho da indústria fonográfica.
Em unidades, o número teve uma pequena queda de 1% em relação a 97, ficando em 4,1 bilhão de CDs, LPs, cassetes e singles vendidos no mundo.
Pela primeira vez em quatro anos, os Estados Unidos, maior mercado do mundo, venderam mais música do que a Europa inteira (US$ 13,1 bilhões, contra US$ 12,8 bilhões) no ano passado, quando o país registrou o maior faturamento da sua história.
Dessa maneira, depois de ser ultrapassada pela Europa em 96, a América do Norte (Canadá e Estados Unidos) se consolida como a região que mais consome música no mundo, com 36,6% do mercado global de vendas, enquanto a Europa fica com 33,2%.
O Japão, sozinho, é responsável por 16,9% do total, o que corresponde a um mercado de US$ 6,5 bilhões em 98, o segundo maior do mundo, apesar da retração de 4% em relação a 97.
Uma retração que atingiu todos os países asiáticos -exceto a Índia, cujo mercado cresceu 2% em unidades vendidas, mas, ainda assim, caiu 10% em dólar-, reflexo da crise que corroeu a economia no continente no final de 97. Excetuando o Japão, a crise asiática foi responsável pela queda de 30% em dólar e 10% em unidades do comércio de música na região.
Paquistão, Coréia do Sul, Indonésia e Malásia foram os países que registraram maior queda no faturamento, todos com índices igual ou superior a 50% em relação a 97.

Formatos
Entre os formatos de música, o CD foi o único que cresceu em 98. Representando 65% do total (2,4 bilhões de unidades), contra 60% em 97, cresceu na maioria das regiões do mundo, exceto Ásia e Oriente Médio.
As vendas de fitas cassetes caíram em todo planeta e ficaram com 1,3 bilhão de unidades vendidas em 98 (queda de 10%).
Singles (500 milhões de unidades) e LPs (20 milhões de unidades) venderam 11% e 12% menos, respectivamente, em relação a 97.


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