São Paulo, Terça-feira, 01 de Junho de 1999
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TELEVISÃO - EUA
Seinfeld deve ter sua "pena" prolongada

RODRIGO FRANÇA
da Reportagem Local

Em maio do ano passado, eles foram para trás das grades. Foram condenados a um ano de prisão por terem desrespeitado a lei do "bom samaritano".
Temia-se (ou torcia-se para) que eles voltassem a atacar depois de cumprir a pena, mas a volta do quarteto que escandalizou o mundo com suas "gags" e tiradas sobre a vida cotidiana está mais distante.
Estamos falando, claro, dos quatro integrantes da série cômica "Seinfeld" -Kramer, George, Elaine e o próprio Jerry Seinfeld. Após nove bem-sucedidas temporadas, o seriado foi ao ar pela última vez em 14 de maio de 98.
Na época, o criador da série, Jerry Seinfeld, afirmou que estava cansado de fazer um show semanal para a TV. Precisava de um tempo para descansar.
O criador da série sobre "nada" queria ficar sem fazer nada por um bom tempo.
O episódio final, no entanto, deu brecha a uma série de boatos de que o sitcom voltaria ao ar um ano após o seu final, justamente em maio de 99.
Os quatro são presos em uma cidadezinha de Massachusetts por terem assistido a um assalto sem se preocupar em ajudar a vítima. Mais: ficaram caçoando do infeliz. A lei local, no entanto, condena a atitude e, após julgamento, eles são obrigados a ficar na prisão por um ano.
Quase no final desse episódio, surge a fala que provocaria os boatos: "Em um ano, nós estaremos de volta", diz Jerry aos três, caminhando em direção à cela. Estaria ele se referindo apenas à pena ou também à série?
Bem, com o fim do mês de maio, tudo indica que era apenas mais um trocadilho.
Ainda que continuem na Internet os rumores de que Seinfeld estaria planejando sua volta à TV -fala-se, inclusive, que o comediante estaria interessado em comandar um talk show-, o fato é que as criações do comediante continuarão se restringindo aos comerciais da American Express.
Seinfeld dirige e atua nos comerciais, que a crítica norte-americana definiu como "mini-Seinfelds" de 30 segundos ou 1 minuto. Até mesmo personagens que apareceram no sitcom fazem pequenas pontas nos comerciais.
A atividade publicitária é suficiente para manter Seinfeld como um dos maiores salários dos EUA, segundo a revista "Forbes". Só em 98, ele faturou US$ 267 milhões. Assim, a volta do comediante à TV não teria motivação financeira.
Os milhões de dólares, por sinal, também aparecem como outro fator exterminador dos boatos. As grandes redes norte-americanas de TV, como a NBC, antiga produtora da série, já anunciaram neste mês seus novos seriados e suas bilionárias campanhas de promoção. E elas não incluem nenhum dos quatro integrantes de Seinfeld.
A NBC ataca, entre outros, com "The West Wing", drama político passado na Casa Branca, com Martin Sheen no papel de presidente, e "Third Watch", sobre os serviços de emergência em Nova York -na mesma linha do já tradicional "Plantão Médico".
Outro anúncio desanimador para os fãs: Julia Louis-Dreyfus, que fazia o papel de Elaine, se juntará a Drew Carey no musical da rede ABC chamado "Geppetto" sobre a tradicional história do menino mentiroso Pinóquio. As gravações começam no próximo dia 7.
"Estou fazendo isso porque nunca estive em trabalhos nos quais pudesse cantar e dançar", afirmou a atriz. Apesar de já ter "cumprido a pena" de um ano, ela adverte: "Não quero ainda voltar a trabalhar em período integral".
Para os nova-iorquinos, ainda resta uma luz para manter viva a recordação de um dos melhores episódios de Seinfeld. Larry Thomas, que fez o Soup Nazi no elogiado episódio de mesmo nome, inaugurou no dia 20 seu primeiro restaurante: The Soup Maestro.
Resta saber se o atendimento "cordial e carinhoso" que deu fama ao ator no episódio será suficiente para garantir boa clientela.


O colunista José Simão está em férias.

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