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TELEVISÃO - EUA
Seinfeld deve ter sua "pena" prolongada
RODRIGO FRANÇA
da Reportagem Local
Em maio do ano passado, eles
foram para trás das grades. Foram condenados a um ano de prisão por terem desrespeitado a lei
do "bom samaritano".
Temia-se (ou torcia-se para)
que eles voltassem a atacar depois
de cumprir a pena, mas a volta do
quarteto que escandalizou o
mundo com suas "gags" e tiradas
sobre a vida cotidiana está mais
distante.
Estamos falando, claro, dos
quatro integrantes da série cômica "Seinfeld" -Kramer, George,
Elaine e o próprio Jerry Seinfeld.
Após nove bem-sucedidas temporadas, o seriado foi ao ar pela
última vez em 14 de maio de 98.
Na época, o criador da série,
Jerry Seinfeld, afirmou que estava
cansado de fazer um show semanal para a TV. Precisava de um
tempo para descansar.
O criador da série sobre "nada"
queria ficar sem fazer nada por
um bom tempo.
O episódio final, no entanto,
deu brecha a uma série de boatos
de que o sitcom voltaria ao ar um
ano após o seu final, justamente
em maio de 99.
Os quatro são presos em uma
cidadezinha de Massachusetts
por terem assistido a um assalto
sem se preocupar em ajudar a vítima. Mais: ficaram caçoando do
infeliz. A lei local, no entanto,
condena a atitude e, após julgamento, eles são obrigados a ficar
na prisão por um ano.
Quase no final desse episódio,
surge a fala que provocaria os
boatos: "Em um ano, nós estaremos de volta", diz Jerry aos três,
caminhando em direção à cela. Estaria ele se referindo apenas à pena
ou também à série?
Bem, com o fim do mês de maio,
tudo indica que era apenas mais
um trocadilho.
Ainda que continuem na Internet os rumores de que Seinfeld estaria planejando sua volta à TV
-fala-se, inclusive, que o comediante estaria interessado em comandar um talk show-, o fato é
que as criações do comediante
continuarão se restringindo aos
comerciais da American Express.
Seinfeld dirige e atua nos comerciais, que a crítica norte-americana
definiu como "mini-Seinfelds" de
30 segundos ou 1 minuto. Até mesmo personagens que apareceram
no sitcom fazem pequenas pontas
nos comerciais.
A atividade publicitária é suficiente para manter Seinfeld como
um dos maiores salários dos EUA,
segundo a revista "Forbes". Só em
98, ele faturou US$ 267 milhões.
Assim, a volta do comediante à TV
não teria motivação financeira.
Os milhões de dólares, por sinal,
também aparecem como outro fator exterminador dos boatos. As
grandes redes norte-americanas
de TV, como a NBC, antiga produtora da série, já anunciaram neste
mês seus novos seriados e suas bilionárias campanhas de promoção. E elas não incluem nenhum
dos quatro integrantes de Seinfeld.
A NBC ataca, entre outros, com
"The West Wing", drama político
passado na Casa Branca, com Martin Sheen no papel de presidente, e
"Third Watch", sobre os serviços
de emergência em Nova York -na
mesma linha do já tradicional
"Plantão Médico".
Outro anúncio desanimador para os fãs: Julia Louis-Dreyfus, que
fazia o papel de Elaine, se juntará a
Drew Carey no musical da rede
ABC chamado "Geppetto" sobre a
tradicional história do menino
mentiroso Pinóquio. As gravações
começam no próximo dia 7.
"Estou fazendo isso porque nunca estive em trabalhos nos quais
pudesse cantar e dançar", afirmou
a atriz. Apesar de já ter "cumprido
a pena" de um ano, ela adverte:
"Não quero ainda voltar a trabalhar em período integral".
Para os nova-iorquinos, ainda
resta uma luz para manter viva a
recordação de um dos melhores
episódios de Seinfeld. Larry Thomas, que fez o Soup Nazi no elogiado episódio de mesmo nome,
inaugurou no dia 20 seu primeiro
restaurante: The Soup Maestro.
Resta saber se o atendimento
"cordial e carinhoso" que deu fama ao ator no episódio será suficiente para garantir boa clientela.
O colunista
José Simão está em férias.
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