São Paulo, segunda-feira, 01 de julho de 2002

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"STARS WARS - EPISÓDIO 2: ATAQUE DOS CLONES"

Segundo episódio do novo "Star Wars", de George Lucas, estréia hoje no Brasil, após lucrar US$ 270 milhões nos EUA

Ameaça digital

Foto Divulgação
Cena de "Stars Wars - Episódio 2: Ataque dos Clones", cuja produção custou US$ 120 milhões; inteiramente digital, filme integra estratégia do diretor para mudar padrão das salas de exibição nos EUA


ADRIANE GRAU
FREE-LANCE PARA A FOLHA, EM SAN FRANCISCO

Na vida real do diretor George Lucas, 58, o lado negro nada tem a ver com as forças ocultas de seus filmes. Para ele, nada é pior que a degradação física de sua obra, e o vilão é a película cinematográfica.
Ele luta para fazer filmes sem usar filme -quer tudo digital. "Star Wars - Episódio 2: Ataque dos Clones", que estréia hoje no Brasil, é o primeiro realizado assim. Segundo Lucas, cada vez que um rolo de filme passa pelo projetor, fica mais pálido e quebradiço.
"Em quatro semanas o filme está riscado; o som, péssimo, e a imagem treme." Lucas quer que a indústria de exibição adote o padrão digital até 2005, quando pretende lançar o "Episódio 3".
""Episódio 1" foi mostrado em quatro cinemas digitais. Com o auxílio da Pixar e Disney, agora há 80 cinemas nos Estados Unidos com essa capacidade", diz.
O número é menor do que o diretor esperava. Ele vem pressionando os donos de cinema nos EUA para comprar novos equipamentos, mas sem muito sucesso.
"Convencemos a Boeing a doar os projetores e mesmo assim os cinemas não aceitaram. Os exibidores julgam que seria uma estratégia similar a dos traficantes de drogas, que oferecem as drogas de graça, para viciar as pessoas, e depois começam a cobram".
Segundo a Boeing, pelo menos 23 proprietários pagaram em torno de US$ 150 mil para equipar seus cinemas com projetores digitais a tempo de o filme estrear nos Estados Unidos, em maio.
A obsessão de Lucas pela imagem perfeita começou em 96, quando ele lançou edição remasterizada dos três primeiros (ou melhor, últimos) filmes da série.
Ele não se incomoda que sua obsessão o faça ser considerado um mago da tecnologia, e não um grande diretor. "Todos os artistas são magos tecnológicos. Você não pode ser artista se não dominar sua técnica. Todas as pessoas criativas querem ampliar as fronteiras da arte a que se dedicam."

Resultado em milhões
A renda de "Episódio 2" nos EUA, onde estreou em 6.000 telas, foi de US$ 80 milhões no primeiro fim de semana e de US$ 270 milhões até aqui. O filme custou US$ 120 milhões. A performance de "Episódio 2" deixa a desejar, se comparada a do recordista "Homem-Aranha", que já lucrou US$ 382 milhões, tendo estreado em 8.000 salas nos Estados Unidos.
Lucas prefere não comparar os dois filmes. "Para começar, não vamos mostrar "Episódio 2" em tantos cinemas", diz. ""Homem-Aranha" precisava quebrar um recorde, pois as ações da Sony não estavam indo bem", provoca.
Nem por isso o diretor acha que seu filme ganhará pouco dinheiro. "Até o final do verão nos Estados Unidos esperamos ganhar US$ 300 milhões. Isso nos colocará entre os 15 filmes mais lucrativos da história. Nem todos podem alcançar esse número. Mas não será nada como "Harry Potter" ou "A Ameaça Fantasma'".
A estimativa do diretor ainda pode se provar conservadora. As férias de verão acabaram de começar nos Estados Unidos, o filme ainda está em quinto lugar entre os mais assistidos, e Lucas está a "apenas" US$ 30 milhões de atingir sua meta.



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