São Paulo, quarta, 1 de julho de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ARQUITETURA
Projeto de João Batista Martinez Corrêa para a estação Cardeal Arcoverde reúne obras de Amélia Toledo
Metrô carioca leva arte ao espaço público

da Reportagem Local

A estação de metrô Cardeal Arcoverde, que será inaugurada amanhã em Copacabana (zona sul do Rio de Janeiro), pretende integrar, de forma harmônica, arte e arquitetura.
A obra, elaborada pelo arquiteto João Batista Martinez Corrêa, tem seu projeto cromático desenvolvido pela artista Amélia Toledo, que já participou de cinco bienais de São Paulo.
A estação possui grande diversidade de cores, desde a sua fachada, recoberta por pastilhas de vidro que vão de tons azuis a violetas, até seu piso, que traz diversos tipos de granito de tonalidades diversas.
A praça em frente à estação terá a escultura "Fonte de Cristal", criada por Amélia Toledo, na qual um cubo de quartzo verde ergue-se de dentro de uma fonte.
Ao longo do túnel de cerca de 200 m que separa o saguão das pla taformas de embarque, Amélia Toledo criou pinturas que reproduzem todos os tons que compõem o arco-íris.
"Estou trabalhando juntamente com João Batista há mais de dois anos. Tive total liberdade. Foi uma obra de interação. Não houve separação entre o trabalho artístico e o projeto arquitetônico", diz Amélia Toledo.
Segundo João Batista Martinez Corrêa, como a estação não pôde ser construída no local onde haveria maior fluxo de passageiros -as imediações da av. Nossa Senhora de Copacabana, avenida paralela ao local da estação-, foi preciso criar atrativos visuais para a obra.
"A faixa da av. Nossa Senhora possui solo argiloso, o que impediria a construção. Procuramos, então, tornar o espaço da estação agradável, de modo a amenizar a distância da área de fluxo", diz.
O projeto da estação foi desenvolvido entre 88 e 89. As obras tiveram início ainda na década de 90, mas foram interrompidas e só retomadas em 96. Segundo o arquiteto, houve um esforço no sentido de que as obras da estação não acarretassem em danos ambientais. Não foram realizadas demolições nas áreas próximas e as detonações só aconteceram nas partes subterrâneas. A preocupação ecológica foi traduzida em dois painéis de aço inoxidável criados por Amélia Toledo, que se situam na parte interna da estação. Os painéis, intitulados "Embarque na Estação Terra", contam a história da formação geológica da Terra e mostram a vida animal no planeta.
"O trabalho desenvolvido na estação democratiza a obra de arte, tirando-a dos museus e trazendo-a para o espaço público", diz o arquiteto.


Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.