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O "folclore" de Juazeiro (a 510 km de Salvador), cidade com 174.567 habitantes, de acordo com o Censo 2000 do IBGE, localizada no norte da Bahia, não gira em torno das carrancas nas proas dos barcos -usadas para espantar os maus espíritos-, mas, sim, em torno do bossa-novista João Gilberto.
Inspirada no sebastianismo -que se refere a dom Sebastião, o rei de Portugal que desapareceu na batalha de Alcácer-Quibir, em 1578-, a cidade natal do músico tem um mito às avessas: muitas pessoas dizem acreditar que o cantor visita o local na calada da noite. "Ele vem no meio da semana, de avião, e fica horas e horas olhando para o rio São Francisco", reza a boca do povo.
"Desde que eu me entendo por gente, João Gilberto veio a Juazeiro em 1971; em 1980, quando o conheci; em 1981, para o enterro da mãe, dona Patu; e, em 2001, na passagem dos seus 70 anos", afirmou Maurício Cordeiro.
A irmã de João Gilberto, Maria Oliva Oliveira do Nascimento, dona de uma escola em Juazeiro, diz não lembrar quantas vezes o irmão retornou à terra natal.
Mas a cidade já prestou homenagens a João Gilberto. O único teatro de Juazeiro leva seu nome e, no ano passado, o Carnaval antecipado, o Juáfolia, homenageou o filho famoso da terra. (NG)


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