MARIO GIOIA
ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE

"A obra de Niemeyer transcende, e muito, a arquitetura." A avaliação de Marcus Lontra, ex-diretor do MAM-RJ (Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro), reflete o espírito da exposição "Oscar Niemeyer - Arquiteto, Brasileiro, Cidadão", que mostra a influência do arquiteto quase centenário sobre as artes visuais e a identidade brasileira.
Lontra faz a curadoria da exposição, que é dividida em dois espaços em Belo Horizonte. No Palácio das Artes, a abertura ocorre hoje.
Amanhã é aberta a parte da mostra sediada no Museu de Arte da Pampulha. Os dois espaços foram desenhados por Niemeyer -apesar de o palácio ter sido bastante descaracterizado em relação ao projeto original. Na Pampulha, são exibidos móveis, maquetes e obras de artistas parceiros do arquiteto, como Athos Bulcão e Portinari.
"Com as colunas do [Palácio do] Alvorada e a estrutura da Catedral de Brasília, por exemplo, Niemeyer criou uma iconografia particular, que se liga à identidade brasileira", diz o curador.
No Palácio das Artes, são mostradas cerca de 50 reproduções fotográficas (feitas pelo neto Kadu Niemeyer), maquetes que retratam obras iniciais (como a Casa das Canoas), passam pela criação de Brasília e por projetos recentes (como o Centro Administrativo de MG).
A Publifolha lança hoje, na abertura, livro (R$ 17,90, 112 págs.) sobre o arquiteto, de Ricardo Ohtake.