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Alcino Leite Neto
Sommer volta com a grife Do Estilista
Designer que luta na Justiça para
usar o seu próprio nome lança linha
de roupas e de objetos para casa
"Outro dia sonhei que não tinha nome. Foi péssimo. Quando acordei, no primeiro instante suspirei aliviado: ufa, era só
um pesadelo! Mas logo em seguida me dei conta que, no meu
caso, o pesadelo era verdade."
Quem conta é o estilista Marcelo Sommer, 39. Em 2004, ele
vendeu por mais de R$ 3 milhões a sua marca de roupas, a
Sommer, para o grupo catarinense AMC Têxtil. Passou a ser
diretor de criação da grife, que
se mudou para a sede da AMC
em Jaraguá do Sul (SC). Neste
ano, foi desligado do grupo, e as
roupas da Sommer passaram a
ser criadas por Thais Losso.
Na Justiça, o estilista luta para obter o direito de usar o seu
nome inteiro numa grife. Não
tanto "Sommer", mas ao menos
"Marcelo Sommer" ou "Marcelo de Oliveira Sommer". O imbróglio com o
nome do estilista acabou
envolvendo
até a C&A,
empresa para
a qual ele já
desenhou três
coleções e que
está sendo
processada
pela AMC.
"Eu vendi
uma marca,
não meu nome civil. Não
vou mudar
meu nome
para Marcelo
Tabajara. É
muito esquisito ler seu
próprio nome
na imprensa,
e ele não se
referir a você,
mas a uma
grife paraguaia", afirma
o estilista.
Enquanto a
decisão legal
não acontece,
Marcelo decidiu não esperar sentado.
Em novembro, ele lança uma nova grife e
apresenta a primeira coleção
durante os desfiles do Rio Alto
Verão, o evento que o empresário Paulo Borges, da São Paulo
Fashion Week, vai realizar em
terras cariocas.
A nova grife deve se chamar
Do Estilista. Outros nomes foram cogitados, como Oliveira
Modas e Remmos -que é Sommer ao contrário, sugestão do
estilista Alexandre Herchcovitch. Duas lojas estão planejadas, e as coleções terão um estilo mais simples e comercial.
"Antes eu focava mais no
produto e nos desfiles. A parte
comercial sempre foi capenga.
Agora, sinto que tenho que ir
para este caminho. Farei uma
roupa de consumo fácil, pelo
menos na primeira coleção,
que não foge, porém, do meu
universo", antecipa o estilista,
que se tornou um dos mais importantes da moda brasileira
graças à sua assinatura muito
pessoal e vanguardista.
Ao mesmo tempo, Marcelo
dá os toques finais na sua primeira linha de objetos, que ele
assina como Oliveira Lar. Os
produtos incluem almofadas,
cortinas, luminárias e artigos
de cama e mesa, entre outros.
Começam a ser vendidos na
próxima terça em São Paulo, na
loja Garimpo/Fuxique, que co-produziu a coleção.
Todos eles trazem referências ao estilo
visual e aos
temas do
estilista,
como os
símbolos
da sorte
(trevos, ferraduras etc.),
os alces, as
paisagens "do
tempo da vovó", nas palavras do designer. "Sempre
quis que as
minhas roupas viessem
embaladas
numa história; meus objetos seguem
também essas
narrativas."
Marcelo
também está
elaborando o
figurino do
próximo
show de Arnaldo Antunes, que será
todo em tons
de cinza, e
prepara um livro sobre a
sua carreira,
para ser lançado no início do
próximo ano pela Cosac Naify.
"Será uma espécie de almanaque, com referências a tudo o
que foi importante no meu trabalho", diz.
No livro, que apresenta e
brinca com os motivos e as obsessões do estilista, um dos temas fortes é o do nome próprio.
"Assinamos Sommer de um
milhão de jeitos", ele conta. É
mais uma das maneiras de
Marcelo de Oliveira Sommer
lutar contra o seu pesadelo.
LUXO PARA CRIANÇAS
Os pequenos fashionistas (e
suas mamães) já podem comemorar. A Bonpoint, grife francesa especializada em moda infantil de luxo, está prestes a desembarcar no Brasil. A marca,
que já vestiu filhos de estrelas,
como as atrizes Catherine Zeta-Jones e Angelina Jolie, escolheu a capital paulista para
abrir a sua primeira filial na
América Latina. Com 170
m2, a loja será inaugurada
em outubro na alameda Lorena, nos Jardins.
A Bonpoint foi criada em
1975 e atualmente lança três
coleções por ano (à esq., looks
da última temporada). As roupas são vendidas em 40 pontos
espalhados pelo mundo, inclusive na China, que ganhou sua
primeira loja da grife neste
ano, em Xangai. As peças vestem meninos e meninas de 0 a
12 anos, mas os preços não são
de brincadeira: uma camisetinha não sai por menos de R$
180, as bermudas ficam em torno de R$ 200 e os vestidos custam cerca de R$ 350.
LONDON CALLING
Atento ao espírito cosmopolita da capital inglesa, o estilista
Giorgio Armani decidiu transferir o desfile de sua segunda linha, a Emporio Armani, de Milão para Londres. Será a primeira vez que a grife italiana se
apresentará na semana de moda britânica. A Emporio Armani encerra os desfiles de 21 de
setembro, penúltimo dia do
evento. A grife principal do estilista continua no line-up de
Milão e desfila no primeiro dia
da temporada italiana.
DIVAS NAS LIVRARIAS
Três biografias recém-lançadas nos EUA evocam musas
do cinema que se tornaram
ícones de estilo: "Elizabeth"
(Warner Books), com informações e fotos inéditas da diva
Elizabeth Taylor; "Grace
Kelly: Icon of Style to Royal
Bride" (Yale University Press),
de H. Kristina Haugland, e
"Maria Felix" (Ediciones B),
escrita por Paco Ignacio Taibo.
MAIS LIVROS
O diretor de desfiles Alberto
Renault autografa seu romance "Moko no Brasil" (ed. Aeroplano), no dia 20, às 20h, na
House of Palomino (r. Mourato Coelho, 790, SP).
O divertido "Bergdorf Blondes" (ed. Bertrand Brasil), de
Plum Sykes, terá lançamento
na loja Guerreiro (r. Oscar
Freire, 712), na terça, às 19h.
DE OLHO NO CINEMA
O ator alemão Thomas
Kretschmann (foto), que
atuou em "King Kong", é a estrela do comercial do novo
perfume da Hugo Boss, o Boss
Selection, que está sendo lançado no Brasil. A arquitetura
ousada do canadense Frank
Gehry inspirou a estética do
filme. A fragrância é composta
de aromas de grapefruit, pimenta rosa e vetiver. Custa R$
260 (frascos de 50 ml) e R$
360 (90 ml). De olho no cinema, a Hugo Boss também assina as roupas de Colin Farrell e
Jamie Foxx em "Miami Vice".
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