São Paulo, sexta-feira, 01 de setembro de 2006

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Alcino Leite Neto

Sommer volta com a grife Do Estilista

Designer que luta na Justiça para usar o seu próprio nome lança linha de roupas e de objetos para casa

"Outro dia sonhei que não tinha nome. Foi péssimo. Quando acordei, no primeiro instante suspirei aliviado: ufa, era só um pesadelo! Mas logo em seguida me dei conta que, no meu caso, o pesadelo era verdade."
Quem conta é o estilista Marcelo Sommer, 39. Em 2004, ele vendeu por mais de R$ 3 milhões a sua marca de roupas, a Sommer, para o grupo catarinense AMC Têxtil. Passou a ser diretor de criação da grife, que se mudou para a sede da AMC em Jaraguá do Sul (SC). Neste ano, foi desligado do grupo, e as roupas da Sommer passaram a ser criadas por Thais Losso.
Na Justiça, o estilista luta para obter o direito de usar o seu nome inteiro numa grife. Não tanto "Sommer", mas ao menos "Marcelo Sommer" ou "Marcelo de Oliveira Sommer". O imbróglio com o nome do estilista acabou envolvendo até a C&A, empresa para a qual ele já desenhou três coleções e que está sendo processada pela AMC.
"Eu vendi uma marca, não meu nome civil. Não vou mudar meu nome para Marcelo Tabajara. É muito esquisito ler seu próprio nome na imprensa, e ele não se referir a você, mas a uma grife paraguaia", afirma o estilista.
Enquanto a decisão legal não acontece, Marcelo decidiu não esperar sentado. Em novembro, ele lança uma nova grife e apresenta a primeira coleção durante os desfiles do Rio Alto Verão, o evento que o empresário Paulo Borges, da São Paulo Fashion Week, vai realizar em terras cariocas.
A nova grife deve se chamar Do Estilista. Outros nomes foram cogitados, como Oliveira Modas e Remmos -que é Sommer ao contrário, sugestão do estilista Alexandre Herchcovitch. Duas lojas estão planejadas, e as coleções terão um estilo mais simples e comercial.
"Antes eu focava mais no produto e nos desfiles. A parte comercial sempre foi capenga. Agora, sinto que tenho que ir para este caminho. Farei uma roupa de consumo fácil, pelo menos na primeira coleção, que não foge, porém, do meu universo", antecipa o estilista, que se tornou um dos mais importantes da moda brasileira graças à sua assinatura muito pessoal e vanguardista.
Ao mesmo tempo, Marcelo dá os toques finais na sua primeira linha de objetos, que ele assina como Oliveira Lar. Os produtos incluem almofadas, cortinas, luminárias e artigos de cama e mesa, entre outros. Começam a ser vendidos na próxima terça em São Paulo, na loja Garimpo/Fuxique, que co-produziu a coleção.
Todos eles trazem referências ao estilo visual e aos temas do estilista, como os símbolos da sorte (trevos, ferraduras etc.), os alces, as paisagens "do tempo da vovó", nas palavras do designer. "Sempre quis que as minhas roupas viessem embaladas numa história; meus objetos seguem também essas narrativas."
Marcelo também está elaborando o figurino do próximo show de Arnaldo Antunes, que será todo em tons de cinza, e prepara um livro sobre a sua carreira, para ser lançado no início do próximo ano pela Cosac Naify. "Será uma espécie de almanaque, com referências a tudo o que foi importante no meu trabalho", diz.
No livro, que apresenta e brinca com os motivos e as obsessões do estilista, um dos temas fortes é o do nome próprio. "Assinamos Sommer de um milhão de jeitos", ele conta. É mais uma das maneiras de Marcelo de Oliveira Sommer lutar contra o seu pesadelo.

LUXO PARA CRIANÇAS
Os pequenos fashionistas (e suas mamães) já podem comemorar. A Bonpoint, grife francesa especializada em moda infantil de luxo, está prestes a desembarcar no Brasil. A marca, que já vestiu filhos de estrelas, como as atrizes Catherine Zeta-Jones e Angelina Jolie, escolheu a capital paulista para abrir a sua primeira filial na América Latina. Com 170 m2, a loja será inaugurada em outubro na alameda Lorena, nos Jardins.
A Bonpoint foi criada em 1975 e atualmente lança três coleções por ano (à esq., looks da última temporada). As roupas são vendidas em 40 pontos espalhados pelo mundo, inclusive na China, que ganhou sua primeira loja da grife neste ano, em Xangai. As peças vestem meninos e meninas de 0 a 12 anos, mas os preços não são de brincadeira: uma camisetinha não sai por menos de R$ 180, as bermudas ficam em torno de R$ 200 e os vestidos custam cerca de R$ 350.

LONDON CALLING
Atento ao espírito cosmopolita da capital inglesa, o estilista Giorgio Armani decidiu transferir o desfile de sua segunda linha, a Emporio Armani, de Milão para Londres. Será a primeira vez que a grife italiana se apresentará na semana de moda britânica. A Emporio Armani encerra os desfiles de 21 de setembro, penúltimo dia do evento. A grife principal do estilista continua no line-up de Milão e desfila no primeiro dia da temporada italiana.

DIVAS NAS LIVRARIAS
Três biografias recém-lançadas nos EUA evocam musas do cinema que se tornaram ícones de estilo: "Elizabeth" (Warner Books), com informações e fotos inéditas da diva Elizabeth Taylor; "Grace Kelly: Icon of Style to Royal Bride" (Yale University Press), de H. Kristina Haugland, e "Maria Felix" (Ediciones B), escrita por Paco Ignacio Taibo.

MAIS LIVROS
O diretor de desfiles Alberto Renault autografa seu romance "Moko no Brasil" (ed. Aeroplano), no dia 20, às 20h, na House of Palomino (r. Mourato Coelho, 790, SP).
O divertido "Bergdorf Blondes" (ed. Bertrand Brasil), de Plum Sykes, terá lançamento na loja Guerreiro (r. Oscar Freire, 712), na terça, às 19h.

DE OLHO NO CINEMA
O ator alemão Thomas Kretschmann (foto), que atuou em "King Kong", é a estrela do comercial do novo perfume da Hugo Boss, o Boss Selection, que está sendo lançado no Brasil. A arquitetura ousada do canadense Frank Gehry inspirou a estética do filme. A fragrância é composta de aromas de grapefruit, pimenta rosa e vetiver. Custa R$ 260 (frascos de 50 ml) e R$ 360 (90 ml). De olho no cinema, a Hugo Boss também assina as roupas de Colin Farrell e Jamie Foxx em "Miami Vice".


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