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Livros
"Cartas do Front" mostra romance e final feliz
Casal que não se conhecia iniciou relacionamento por cartas trocadas na Segunda Guerra
Organizador Andrew Carroll procurou informar o contexto das cartas e o destino de quem as enviou e dos destinatários
DA REPORTAGEM LOCAL
Algumas das "Cartas do
Front" têm final feliz,
outras não. O organizador Andrew Carroll procurou
sempre que possível informar o
contexto da carta, e o destino
de quem a enviou e do destinatário.
Por exemplo, o piloto polonês Zbgniew Janicki enviou
carta aos pais avisando que tinha um filho, mas morreu antes de apresentá-lo a eles.
Já o capitão fuzileiro naval
americano Harry Kipp teve
mais sorte. Uma ex-namorada
pediu a uma sobrinha, Norma
Clinton, para escrever a ele, que
lutava contra os japoneses no
Pacífico. Receber cartas sempre foi a melhor maneira de aumentar o moral das tropas. A
moça escreveu e enviou uma
foto na carta, no começo de
1944. Kipp se apaixonou.
"Quando disseste "se responderes esta carta, te mandarei
outra", se referia a outra carta
ou outra foto? Tomara que ambas, pois adoraria ver minha
tão atraente garota de dois ângulos distintos", respondeu o
oficial, iniciando uma troca de
correspondência que foi terminar em casamento um ano e
meio depois.
Os dois combinaram o casamento antes mesmo de se verem ao vivo e em cores. Só ouviram a voz um do outro em um
telefonema depois da guerra,
em setembro de 1945. Viram-se
pela primeira vez cerca de uma
semana depois e se casaram
imediatamente. Tiveram dois
filhos e ficaram juntos até Kipp
morrer de câncer, em 1965.
Tradução
A legenda da foto de Kipp, no
entanto, o identifica como sendo da Marinha, um erro comum de tradução que permeia
o livro - "marine" é, na verdade, fuzileiro naval. Outro erro
abundante é chamar "medic"
de "médico", quando o certo é
padioleiro -o soldado que resgata e presta o primeiro socorro a feridos. E "barracks" não
são barracas, são quartéis.
Há ainda erros de todos os tipos. "Straits settlements" viraram "colônias estreitas" (página 63), em vez de "colônias dos
estreitos"; o ditador espanhol
Francisco Franco é "Ferdinand
Franco" (página 55); a polícia
Gestapo da Alemanha nazista
virou da "Alemanha Oriental"
(página 37).
(RBN)
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