LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Ronald Golias, morto na última terça-feira, estará hoje na mesma praça, no mesmo banco. Na quinta, um dia após o enterro, Carlos Alberto de Nóbrega respirou fundo, conteve as lágrimas e sentou-se em frente ao monitor para editar pessoalmente "A Praça É Nossa" (SBT) desta noite, em homenagem ao amigo de toda a vida.
O programa exibirá trechos inéditos de uma entrevista concedida pelo comediante a Beto Nóbrega, filho de Carlos Alberto, neto de Manoel, que descobriu o talento de Golias no rádio e o levou para "A Praça da Alegria", na TV.
A conversa, na qual fala sobre a sua vida pessoal, carreira, e a relação com o "padrinho", foi gravada no ano passado e parte dela, exibida em maio, mês do aniversário do humorístico, num especial sobre Manoel de Nóbrega.
O depoimento revela uma pessoa engraçada também atrás das câmeras, o rei dos "causos". Golias relembra, por exemplo, uma viagem aos Estados Unidos, em companhia do amigo Manoel.
Conta que, sem saber falar inglês, teve de rebolar para conseguir comprar um urso de pelúcia de presente. A história não poderia ser mais simples, mas, contada por ele, vira show, comédia pura.
A entrevista é intercalada por quadros de personagens de Golias na "Praça". Assim, o público se despede também de Pacífico -e de seu bordão, "Ô, Cride"-, Bartolomeu Guimarães, Isolda, Profeta e Bronco, sua mais famosa "encarnação". Vão ao ar também reprises de esquetes nos quais Golias contracenou com convidados como Ratinho, Adriane Galisteu, Agnaldo Rayol e a amiga da velha-guarda Hebe Camargo. Hoje é proibido ver "Zorra Total", até para os próprios humoristas que atuam no programa da Globo.