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Porto Alegre vira capital das artes esta semana
Segunda edição da Bienal do Mercosul começa na sexta-feira com obras de 120 artistas de sete países da América do Sul; Iberê Camargo e Pablo Picasso têm mostras especiais no evento da capital gaúcha
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CELSO FIORAVANTE
da Reportagem Local
Vai começar o segundo round
da luta para deslocar o sul para o
centro, pelo menos nas artes contemporâneas. É essa, em linhas
gerais, a proposta da Bienal do
Mercosul, que começa na próxima sexta-feira na capital gaúcha.
Na verdade, segundo o curador
Fábio Magalhães, as propostas
norteadoras dessa segunda edição do evento são mais complexas e ultrapassam as questões
geográficas. "Ela está trabalhando
com as questões de integração,
isolamento e identidade, questões
trazidas pela globalização. Se antes o isolamento era uma tragédia,
hoje ele precisa ser pretendido.
Hoje, em tempos de globalização,
para se isolar, é preciso tomar
uma decisão premeditada. É preciso ter uma atitude deliberada
para não se sofrer uma contaminação. Esse é o eixo do trabalho",
disse Magalhães.
Orçado em cerca de R$ 6 milhões, o evento reunirá durante
mais de dois meses (até 9 de janeiro) obras de cerca de 120 artistas
do Brasil, Argentina, Paraguai,
Uruguai, Chile, Bolívia e Colômbia (esse último como país convidado do evento).
O evento ocupará três espaços
na capital gaúcha: o Museu de Arte do Rio Grande do Sul, a Usina
do Gasômetro e sete armazéns no
porto local, que sofreram grandes
intervenções arquitetônicas para
abrigar o evento.
Um dos destaques da Bienal do
Mercosul, pelo menos para o público em geral, é a exposição "Picasso, Cubistas e América Latina", que colocará em discussão as
influências do cubismo sobre as
vanguardas latino-americanas.
"O modernismo no Brasil, Uruguai e Argentina começou com o
cubismo. Tem uma frase da Tarsila do Amaral que diz que os artistas deveriam fazer o serviço militar do cubismo e depois o que
quisessem", disse Magalhães.
Além de trabalhos de Picasso, a
mostra contará também com
obras de André Lhote, Fernand
Léger, Albert Gleizes, Diego Rivera, Emilio Pettoruti, Rafael Barradas e outros. Entre os brasileiros
estão Cândido Portinari, Vicente
do Rego Monteiro, Tarsila do
Amaral, Maria Leontina, Victor
Brecheret, Di Cavalcanti e outros.
Mas a Bienal do Mercosul não
se aterá a questões históricas, garante o curador: "A primeira Bienal propôs uma antologia do século 20. Era interessante pois Porto Alegre não estava incluída no
circuito tradicional das artes. Para
esta edição, optamos por colocar
a cidade no contexto da contemporaneidade. Dentro desse esforço eu evitei até selecionar nomes
mais conhecidos, embora haja exceções, como o Tunga e o Gonzalo Dias, pelo Chile", disse.
Evento: Bienal do Mercosul
Presidente: Ivo Nesralla
Curadores: Fábio Magalhães (chefe) e
Leonor Amarante (adjunta)
Curadores de mostras especiais:
Lisette Lagnado (Iberê Camargo), Sheila
Leirner (Juan Le Parc) e Diana
Domingues (mostra Arte e Tecnologia)
Curadores internacionais: Jorge
Glusberg (Argentina), Pedro Querejazu
(Bolívia), Justo Mellado (Chile), Eduardo
Serrano (Colômbia), Ticio Escobar
(Paraguai) e Angel Kalenberg (Uruguai)
Onde: Museu de Arte do Rio Grande do
Sul, Usina do Gasômetro e sete armazéns
no porto de Porto Alegre
Vernissage: sexta, às 21h, com
apresentação da Orquestra Sinfônica de
Porto Alegre na Usina do Gasômetro
Quando: de ter. a dom., das 10h às 22h
Patrocinadores: Grupo Gerdau,
Ipiranga, Banco Real, Abifarma, Azaléia e
Rio Grande Energia
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