|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
POPLOAD
Flaming Lips salva Beck da chatice e Melissa vira Ozzy Osbourne
LÚCIO RIBEIRO
ENVIADO ESPECIAL A NOVA YORK
E o impossível aconteceu. Acordado de um sono musical profundo, o indie-hero Beck foi salvo anteontem, em Nova York, pela excelente banda psicodélica Flaming Lips, os lábios flamejantes
de Oklahoma.
Excursionando juntos, o Flaming Lips abre as apresentações
de Beck e serve de banda de apoio
para o antes prodígio da música
independente americana (e lá se
vão oito anos) mostrar ao vivo seu
mais recente disco, "Sea Change".
Depois que o Lips toca em um
palco cheio de dançarinos vestidos de ursinhos, gatos, coelhinhos etc., Beck entra e comanda
um show acústico soporífero.
A platéia está ganha. Ele finge
que é Bob Dylan, o público finge
que está gostando.
Tudo muda quando Beck vai
solo na balada alt-country "Golden Age", uma das duas músicas
que prestam em seu recém-lançado CD.
No meio da canção, as luzes se
acendem, o Flaming Lips aparece
por trás de uma cortina e o repertório de Beck ganha vida.
Até o hino "Loser", que ficou
datado assim que Beck largou a
música alternativa para virar o
Caetano Veloso do rock americano, ganhou sobrevida. Dave
Grohl, do Foo Fighters, na platéia,
aprovou e dançou com a cabeça o
maior hit de Beck.
Grande Flaming Lips, banda
que não se contenta apenas em fazer discos ótimos. É mesmo uma
banda a serviço do rock.
Melissa
Lembra a Melissa auf der Maur,
ex-baixista do Hole, que foi para o
Smashing Pumpkins e estava fora
de circulação desde que a banda
do Billy Corgan acabou?
A garota retorna agora com tudo. É essa aí, de costas, na foto ao
lado. Virou diva no circuito indie
de Los Angeles-Nova York. Armou uma banda cover do Black
Sabbath, a Hand of Doom.
Os shows do grupo são disputadíssimos. Um deles virou CD e
acaba de ser lançado: "Hand of
Doom Live in Los Angeles Black
Sabbath Tribute". O encarte avisa:
Melissa é Ozzy Osbourne.
Roqueirada boa nos EUA são
loucos para tocar com Melissa. O
Nick Oliveri, baixista do Queens
of the Stone Age, toca no disco.
Olho na Melissa. E busque na
net "War Pigs" e "Paranoid". Já.
Jackass
Filme rock'n'roll, levado, politicamente incorreto, o "Jackass The
Movie" anda fazendo bastante
barulho nos EUA. É sobre aquele
cara, o Johnny Knoxville, da
MTV, que entra com uns malucos
em um carrinho de supermercado gigante e desce uma ladeira, só
para ver no que vai dar.
E-mail: lucio@uol.com.br
FESTIVAL CMJ
Três shows da maratona
mais ingrata do mundo
A maratona do CMJ, que deixa
até amanhã sitiada a cidade de
Nova York (900 shows, 50 clubes), consegue ser mais cruel
que o gigante Reading Festival,
que escala bandas boas em lugares diferentes no mesmo horário. Dentre os vários caminhos a serem seguidos, este colunista optou, na última quarta, pelo do clube Bowery Ballroom. No palco, Northern State, três garotas brancas mandando ver um hip hop energético. Depois era a vez do Radio
4, que faz o funk indie dos 80
voltar ao assunto. Um pulo ao
CBGB para ver a Of Montreal e
na volta quem está tocando no
Bowery é Gogol Bordello,
punks ucranianos que misturam indie com folclore, tocam
vestidos de Genghis Khan e incluem na banda três garotas
que fazem a dança do ventre.
Texto Anterior: Mônica Bergamo Próximo Texto: Música - Rap: DJ do Run-DMC é morto a tiros em estúdio em NY Índice
|