São Paulo, segunda-feira, 01 de novembro de 2004

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DANÇA

Décima terceira edição do evento, que ocupa seis endereços, traz pela primeira vez ao país nomes como Hiroaki Umeda

Panorama RioArte valoriza caminhos experimentais

INÊS BOGÉA
CRÍTICA DA FOLHA

Está em cena o 13º Panorama RioArte de Dança, um dos mais importantes eventos nacionais de criação e discussão na área. Ao longo de sua existência, o Panorama estabeleceu redes de artistas, curadores e críticos.
Segundo a diretora artística do festival, a coreógrafa Lia Rodrigues, é a própria idéia de continuidade (muito rara), beneficiada pelas parcerias estabelecidas ao longo dos anos, que garantem hoje a sua realização.
A dança ocupará simultaneamente vários espaços do Rio: Teatro Carlos Gomes, Espaço Cultural Sérgio Porto, Sesc/Copacabana, Paço Imperial, Centro Coreográfico e o antigo prédio da Beneficência Portuguesa.
Uma característica que se mantém é a multiplicidade de focos, "apontando para a importância de se trazer informações de fora, para a formação pelos novíssimos criadores, críticos e curadores, e para a criação conjunta que nutre artistas nacionais e internacionais", explica Lia Rodrigues.
A chave proposta por ela aos curadores desta rodada, Nayse López e Eduardo Bonito, foi um "olhar para o futuro". A pergunta é: "Como fazer uma programação dando conta de alguns caminhos atuais dessa dança mais de vanguarda ou mais conceitual?". O Panorama deveria ser este lugar de experimentar coisas novas.
Como de hábito, haverá apresentações de trabalhos de artistas brasileiros e internacionais. Entre os nomes internacionais, Hiroaki Umeda (Japão) vem pela primeira vez ao Brasil, com um trabalho que se dá no cruzamento de linguagens contrastantes: butô e hip hop. Antje Pfundtner (Alemanha) é outra jovem coreógrafa que também vem pela primeira vez ao país.
Rachid Ouramdane (França), reconhecido nome internacional que esteve em Fortaleza no ano passado, Hooman Sharifi (Noruega/Irã), que além de apresentar seu trabalho dará workshop, e La Ribot (Reino Unido/Espanha) são outros estrangeiros que se apresentarão no festival, assim como os portugueses Francisco Camacho, Tiago Guedes, Monica Calle e Vitalina Souza.
Entre os vários brasileiros estão nomes conhecidos, como Luiz de Abreu, Wagner Schwartz, Michel Groisman, Paula Águas, Ana Vitória e Dani Lima, entre outros.
Há atividades focadas em temas específicos, como os "bolsistas da casa Hoffman" (de Curitiba), os "Novíssimos" (jovens criadores cariocas com seus primeiros trabalhos), o "Projeto Rumos Itaú" (trabalhos cariocas selecionados), os "Instantâneos" (30 artistas brasileiros que trabalharam durante dez dias com a espanhola La Ribot). E palestras da diretora da Live Art Development Agency, Lois Keidan (Reino Unido), e do artista visual Armando Menicacci (França).
Sem falar nos "Encontros Imediatos", uma parceria, que já vem de 1999, com o festival "Danças na Cidade" de Portugal. Neste ano, artistas portugueses e brasileiros ocuparão o antigo prédio da Beneficência Portuguesa.
Mesmo com restrições orçamentárias, o Panorama segue sendo um foco importante de informação e investigação da dança, com repercussão nacional.
Não se pode subestimar sua importância; oxalá tenha forças para resistir às contingências brasileiras, que nunca ninguém falou que eram fáceis.


13º PANORAMA RIOARTE DE DANÇA. Onde: o evento acontece no Rio de Janeiro em seis endereços diferentes; mais informações podem ser obtidas pelo telefone 0/xx/21/ 2511-3305. Quando: até domingo. Quanto: de grátis a R$ 2.


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