São Paulo, sexta-feira, 01 de dezembro de 2006

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THIAGO NEY

Eletrônica "versus" rock

Os dois gêneros são distintos, mas as comparações ainda são feitas utilizando-se parâmetros distorcidos

FOI-SE O Nokia Trends, foi-se mais um evento a ignorar barreiras entre o rock e a eletrônica. Mas mesmo com essa "união" entre gêneros, ainda se usam parâmetros de um para criticar o outro.
Já há algum tempo muita gente diz que a dance music está estagnada e que não produz nada novo ou original. Essa linha de pensamento apareceu nesta semana, quando a MTV colocou, em seu "tribunal", a música eletrônica como ré.
Claro que há estagnação quando se olha apenas para os grandes, como Fatboy Slim, Chemical Brothers, Prodigy, Moby, que lançaram discos recentes horríveis. Mas seria como chamar o rock de conformista tendo como base os últimos álbuns de U2, Coldplay, Red Hot Chili Peppers, Charlie Brown Jr... Há muita coisa legal sendo feita para além dos nomes de sempre. Ou não?
A popularidade é outra comparação que vem à tona. Os bons nomes do rock, como Franz Ferdinand, Strokes e Arctic Monkeys, vendem muito mais discos e levam muito mais gente a seus shows do que os bons nomes de eletrônica, como Richie Hawtin, Speedy J., Ricardo Villalobos, Booka Shade etc. Óbvio que isso ocorre -esses últimos nem querem vender tanto; fazem música sem vocal, sem melodia pop, bem mais difícil de ser assimilada.
Seria como comparar a música punk do Fugazi e seu esquema totalmente independente de produção com a estratégia marqueteira multinacional de um Guns N" Roses e seu hard rock diluído.
Tiësto se apresentou nas últimas Olimpíadas; o DJ Rica Amaral aparece no "Big Brother"; Skazi e Infected Mushroom levam 30 mil pessoas a festas sem cobertura da grande mídia... A impressão que dá é que a música eletrônica nunca esteve tão presente no nosso dia-a-dia.

 

Clube que vem sempre associado a superlativos, a Pacha abrigará uma pequena versão do Mutek, festival canadense de música avançada.
O evento, que deve ser divulgado oficialmente na próxima semana, acontecerá em 14 dezembro, dentro da noite Magma. A festa terá o chileno Matias Aguayo, o francês Cabanne, o espanhol Damian Schwartz e a dupla Chic Miniature (Canadá/Argentina). Todos se apresentarão ao vivo, e não como DJ set.

thiago@folhasp.com.br

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