São Paulo, sexta-feira, 01 de dezembro de 2006

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Crítica

"Paixão" mostra as limitações de Mel Gibson

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Mel Gibson merecia uma condecoração dos críticos de cinema. Afinal, eles não se cansaram de dizer que seu "A Paixão de Cristo" (Fox, 22h) era, antes de tudo, um detestável ato de racismo.
As platéias não se importavam muito com isso: choravam a paixão do filho de Deus, chibatada, por chibatada.
Tempos depois, Mel Gibson fez o favor de tomar um porre e manifestar seu anti-semitismo não mais com imagens, mas com palavras. Aí não dava mais para ignorar o sentido de seu filme.
Não é nele em que penso hoje, mas em "Batismo de Sangue", de Helvécio Ratton, que ainda não entrou em cartaz e, sem incorrer em atitudes anti-semitas (ao contrário, é filme muito simpático), comete, no entanto, o equívoco de supor que a tortura, de forma explícita, é sinônimo de força cinematográfica.
Não há em que seguir Mel Gibson, que, além de racista, é um cineasta muito limitado. Sua "Paixão" tem sangue, mas não tem força.


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