INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Além de ser uma deliciosa comédia, "Anáguas a Bordo" (TCM, 17h20; classificação não informada) traz um ato de sucessão bem interessante: Cary Grant é o comandante de um submarino para lá de avariado, que transmite o comando ao tenente Tony Curtis, um sabido malandro.
Grant é o cara sério da história, passando aqui o bastão de sujeito esperto, jeitoso, bonito e por vezes malandro a Tony Curtis. Seu óbvio sucessor cinematográfico.
O filme é de 1959 e, de alguma maneira, Curtis não foi o sucessor de Grant.
Não por incompetência nem por ter feito uma má carreira. O cinema é que mudou, a comédia sofisticada é que talvez tenha tido o caminho um tanto estreitado.
O fato é que cabe ao tenente Curtis não só colocar aquela banheira para funcionar, e os EUA mal acabavam de entrar na guerra, como enchê-la de enfermeiras.
As decorrências são previsíveis e, no entanto, sempre surpreendem. Impressiona como Blake Edwards dirige bem.


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