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"Big Bang" embaralha movimentos artísticos
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Não é apenas com a retrospectiva "Dadá" que o Centro Georges
Pompidou vem surpreendendo
os franceses e os turistas em Paris.
Numa outra exposição, chamada
"Big Bang", a instituição apresenta, pela primeira vez em seus quase 30 anos, sua coleção de arte
moderna e contemporânea sob
uma forma temática em vez de
meramente cronológica.
Levando o mesmo nome da teoria sobre a origem do Universo,
segundo a qual ele teria sofrido
uma explosão violenta, a exposição tenta mostrar como a arte
moderna evoluiu, até os dias de
hoje, a partir do denominador
destruição/criação.
É o caso das vanguardas do início do século passado -como o
cubismo e o dadaísmo-, que
quebraram com valores e convenções artísticas para inaugurar o
projeto moderno.
Aberto até o início de março ao
público, o evento associa artes
plásticas, vídeo, fotografia, arquitetura, desenho e literatura, colocando artistas famosos ao lado de
desconhecidos, confrontando
obras do início do século 20 com
trabalhos contemporâneos.
Já a primeira sala, por exemplo,
que trata do subtema "Corpos
Desencantados", reúne as "Dez
Lizes" (uma homenagem à atriz
Elisabeth Taylor), de Andy Warhol (1928-1987), e quatro esculturas de Henri Matisse (1869-1954),
entre outras obras.
Mais para a frente, o visitante
assiste a um filme da dupla o Gordo e o Magro (Oliver Hardy e Stan
Laurel), no mesmo espaço onde
se vêem trabalhos de Pablo Picasso (1881-1973) e Vassily Kandinsky (1866-1944).
Brasileiros
São quase 900 obras distribuídas numa área com mais de 4.000
m2, um andar inteiro do enorme
Pompidou. Elas foram agrupadas
em oito grandes temas, como
"Subversão", "Sexo", "Guerra", e
outros de 40 subtemas.
O subtema "Regressão", por
exemplo, apresenta uma cadeira
("Vermelha") de dois designers
brasileiros: os irmãos Fernando e
Humberto Campana.
Segundo a curadora Catherine
Grenier, o Pompidou inaugura,
com "Big Bang", uma espécie de
nova historiografia da arte, já experimentada pelo Museu de Arte
Moderna de Nova York e pela Tate Modern, em Londres, que também reordenaram seu acervo seguindo critérios temáticos.
"Artistas contemporâneos estão
tentando escapar de categorias
acadêmicas. Eles não pensam em
termos cronológicos e não querem ser classificados em um movimento. Eles só querem criar por
si", explica Grenier.
(SB)
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