São Paulo, segunda-feira, 02 de janeiro de 2006

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"Big Bang" embaralha movimentos artísticos

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Não é apenas com a retrospectiva "Dadá" que o Centro Georges Pompidou vem surpreendendo os franceses e os turistas em Paris. Numa outra exposição, chamada "Big Bang", a instituição apresenta, pela primeira vez em seus quase 30 anos, sua coleção de arte moderna e contemporânea sob uma forma temática em vez de meramente cronológica.
Levando o mesmo nome da teoria sobre a origem do Universo, segundo a qual ele teria sofrido uma explosão violenta, a exposição tenta mostrar como a arte moderna evoluiu, até os dias de hoje, a partir do denominador destruição/criação.
É o caso das vanguardas do início do século passado -como o cubismo e o dadaísmo-, que quebraram com valores e convenções artísticas para inaugurar o projeto moderno.
Aberto até o início de março ao público, o evento associa artes plásticas, vídeo, fotografia, arquitetura, desenho e literatura, colocando artistas famosos ao lado de desconhecidos, confrontando obras do início do século 20 com trabalhos contemporâneos.
Já a primeira sala, por exemplo, que trata do subtema "Corpos Desencantados", reúne as "Dez Lizes" (uma homenagem à atriz Elisabeth Taylor), de Andy Warhol (1928-1987), e quatro esculturas de Henri Matisse (1869-1954), entre outras obras.
Mais para a frente, o visitante assiste a um filme da dupla o Gordo e o Magro (Oliver Hardy e Stan Laurel), no mesmo espaço onde se vêem trabalhos de Pablo Picasso (1881-1973) e Vassily Kandinsky (1866-1944).

Brasileiros
São quase 900 obras distribuídas numa área com mais de 4.000 m2, um andar inteiro do enorme Pompidou. Elas foram agrupadas em oito grandes temas, como "Subversão", "Sexo", "Guerra", e outros de 40 subtemas.
O subtema "Regressão", por exemplo, apresenta uma cadeira ("Vermelha") de dois designers brasileiros: os irmãos Fernando e Humberto Campana.
Segundo a curadora Catherine Grenier, o Pompidou inaugura, com "Big Bang", uma espécie de nova historiografia da arte, já experimentada pelo Museu de Arte Moderna de Nova York e pela Tate Modern, em Londres, que também reordenaram seu acervo seguindo critérios temáticos.
"Artistas contemporâneos estão tentando escapar de categorias acadêmicas. Eles não pensam em termos cronológicos e não querem ser classificados em um movimento. Eles só querem criar por si", explica Grenier. (SB)


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